quinta-feira, 1 de novembro de 2012

ESTADO SOCIAL = DÉBITO

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Marques Mendes disse ontem que o FMI já está em Portugal para orientar a reforma do Estado e que já houve reuniões nalguns ministérios. E até acrescentou números, prazos e objectivos muito concretos nas áreas da saúde, educação e transportes. Onde foi buscar a informação não se sabe, mas um membro do Governo terá confirmado à Lusa que, na realidade, já houve conversações nos ministérios. A indignação é geral.
Todos falam de Estado Social, Educação assim e assado, Defesa assim, investimento na agricultura assado, blá, blá, blá, como se essas coisas não custassem dinheiro, a coisa mais rara em Portugal, mais que os gases raros da atmosfera. Se perguntarem a mim, ao leitor, ao Sá Pinto, ao Jorge de Jesus, ao Ricardo Espírito Salgado, ao Yannick Djaló se o Estado Social é bom, garanto que há unanimidade—todos o acham bom. O problema é aquilo com que se compram os melões.
O grande politólogo, sociólogo e especialista em macroeconomia Vasco Lourenço diz hoje que a "Europa vai esfrangalhar-se e vem aí a guerra inevitavelmente, devido à destruição do Estado Social". Inesperadamente, é capaz de ter alguma razão porque os povos se habituaram a viver em condições para que não tinham dinheiro, condições insustentáveis por assentarem num processo de endividamento progressivo e crescente que acabaria um dia—esse dia chegou e o processo acabou. Nesta fase, a população cai na realidade do desemprego, da penúria, da miséria e até da fome, e recalcitra, manifesta-se, queima contentores do lixo, atira petardos à polícia, insulta deputados e governantes, os cavalos a correr, as meninas a aprender e por aí fora—a tragédia.
Como dizia há dias Medina Carreira, os políticos ganham eleições com mentiras; e ontem referia Rui Rio, gastam o dinheiro dos impostos das pessoas no seu benefício político directo para ganhar eleições. Em matéria de mentiras, Coelho é mestre e, em mentiras e despesa no benefício político próprio, o Zezito era doutorado e professor catedrático—além, claro, de licenciado em Engenharia pela Independente.
O grave é que não há alternativa melhor no espectro político nacional e internacional. Uns usam a mentira e as eleições para chegar ao poder e amolar o povo, outros amolam o povo só com mentiras, como acontece com os que militam à esquerda do PS—já provámos disso no PREC. Um beco sem saída!
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