Os recortes em cima resumem uma notícia que aparece há
dias nos jornais, com relevo mínimo. Se fosse verdade, só a descoberta de um
disco voador no Terreiro do Paço teria maior impacto. Mas a conversa é fraca e
estafada. Veio publicada num jornal chamado "Journal of Cosmology",
cujo redactor chefe é um tal Chandra
Wickramasinghe—co-autor do artigo—que já não é a primeira vez que "encontra
vida extraterrestre". Aliás, parece ser o forte do jornal, embora sempre desmentido.
Tal como as coisas estão contadas, há muitas lacunas na
investigação. O artigo é mais ou menos assim: um balão sobe na atmosfera até 28
km de altitude e, quando desce, tem uma alga unicelular que não estava lá
quando subiu; consequentemente, só pode ter lá aparecido vinda do espaço.
Elementar, caro Watson! O problema é que não está descartado com segurança que
não estivesse lá antes de partir, ou que não houvesse contaminação à chegada.
O senhor Chandra
Wickramasinghe é um militante da vida extraterrestre, com viés mental
nessa matéria. Mais do que certeza científica na existência de alienígenas, o senhor Wickramasinghe tem fé. E não há nada mais
traiçoeiro na ciência que a fé.
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