João Pereira Coutinho escreve hoje no "Correio da
Manhã": Se a ‘reforma do Estado’ continuar a ser uma anedota e a coligação
voltar a deslumbrar com os seus golpes palacianos, pergunto uma vez mais se o
único resgate que importa não será mesmo o de resgatar Portugal do euro.
Não há nada mais evidente que a incapacidade do Governo para reformar o Estado. Portas traz uns
papeis amarrotados no bolso, com rabiscos de notas para a reforma, mas está na cara que
não tem pálida ideia do que é preciso fazer e como. Nem Portas, nem Coelho,
muito menos Maria Luís e ainda menos Poiares Maduro. É só conversa de encher
chouriços porque reformar o Estado com competência exige saber.
Pressinto que o actual Ministro da Saúde, Paulo Macedo,
era pessoa para fazer coisa de jeito. Mas porque é suficientemente inteligente
para tal, também o é para perceber que terá de enfrentar lobbies, interesses
instalados , detentores de direitos ilegítimos, e beneficiários de poucas
vergonhas e não está para se chatear. Consta mesmo que só aguenta a Saúde
porque estará preso por razão que se desconhece, ou que eu não conheço.
Em situação de aperto pela troika, o Governo atamanca e
atamanca mal. Assalta onde a resistência é menor e não tem vergonha na cara
pelo que faz. Estamos entregues a cágados incompetentes e com muitos poucos
escrúpulos, que se borram perante o grande capital. Azar o nosso.
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