domingo, 29 de setembro de 2013

ELOGIO DA MORTE

.
A morte permite e faz com que as espécies, incluindo a humana, se renovem e melhorem na adaptação ao meio. Ao longo de milhões de anos, a selecção natural conduziu à sobrevivência de filhos mais aptos que os progenitores. É um fenómeno lento, pois a maior aptidão unitária é infinitesimal e só avaliável em números enormes. Mas em tempo muito longo torna-se manifesta. Os filhos, os netos, os bisnetos e por aí fora, libertam-se da concorrência de antepassados menos perfeitos, conduzindo à melhoria genética global.
A morte é tão importante que ela e a senescência estão programadas no genoma dos seres vivos. Estes, depois da reprodução, deixam versões frescas e potencialmente melhores deles próprios: no caso do homem, melhores genes, melhores ideias, melhor arte, melhor sociedade, et cetera. Ao longo de quase quatro mil milhões de anos, a morte foi uma bênção para a vida. Embora custe dizê-lo, ainda bem que morremos!
.

Sem comentários:

Enviar um comentário