Gravidade é não só a característica da situação financeira e económica de Portugal, mas também uma força que atrai os corpos reciprocamente (não confundir com amor à primeira vista). Foi estudada por Newton que chegou à conclusão ser tanto maior quanto maior é a massa dos corpos, e menor quanto mais distantes estão.
Na Terra, é a força que mantém colados ao solo a mesa
onde papamos, o armário da roupa que usamos, o automóvel em que circulamos,
Passos Coelho com quem nos governamos e por aí fora—não esquecendo o Senhor Presidente
Cavaco, claro está. Se não houvesse gravidade, o problema seria enorme, não porque o Primeiro-Ministro,
ou o Senhor Presidente, pudessem sair
para o espaço, embora isso fosse uma calamidade, mas por outras razões que passo a recordar.
Por exemplo, a sopa saía do prato, os papeis não paravam
em cima da secretária, o automóvel circulava pelo ar e rebabá. Pior ainda—os
oceanos deixavam os leitos intercontinentais e a atmosfera sumia-se no espaço,
como acontece na Lua. Na ausência de atmosfera, a água fervia e a vida morria—pior que o memorando da troika!
Se a gravidade duplicasse, pesávamos o dobro e muitas estruturas
construídas pelo homem, como pontes, arranha-céus e redes de distribuição eléctrica,
colapsavam. Até aquela mesa que tem em casa cheia de livros ficava com as
pernas partidas!
Portanto, gravidade é coisa séria, como o próprio nome
indica. Mais do que com o programa cautelar pós-troika, estou hoje preocupado
com a gravidade da gravidade. Felizmente, não há indícios de que vá aumentar ou
diminuir (a força, não a da situação da Pátria, bem entendido!).
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