A vida caracteriza-se pela capacidade de reprodução. Ser vivo é o ente que nasce e morre, podendo no interregno originar seres semelhantes a si, também capazes de se multiplicarem como ele. Na Terra, a reprodução é assegurada pelo ácido desoxirribonucleico (ADN), estrutura que encerra o código da produção de proteínas constituintes dos organismos vivos.
A transmissão do ADN de pais a filhos assegura a
similitude entre uns e outros. É semelhante dentro da mesma espécie, com
características próprias de cada uma, embora com variações pequenas de
indivíduo para indivíduo. Mas diferentes espécies têm ADN bastante diferente.
Se considerarmos a evolução biológica darwiniana, é
nítido que todo o ADN, de todas as espécies, derivou de modificações do mesmo
ADN. Todos temos ADN formado por carbono, oxigénio, hidrogénio, azoto e fósforo,
derivado do primeiro ser vivo da Terra, provavelmente constituído por uma única
célula e muito simples.
Se há vida noutros locais do universo fora da Terra, a
pergunta é: essa vida é como a nossa, com ADN e os mesmos carbono, oxigénio,
hidrogénio, azoto e fósforo? É possível que não. A capacidade de reprodução e transmissão das
características chamadas fenotípicas aos descendentes pode fazer-se por processo
diverso da replicação do ADN, ou por processo semelhante através de estrutura equivalente
ao ADN mas com moléculas diferentes—o enxofre e o ferro são alternativas
teoricamente possíveis.
Se existe vida noutro local do universo é interrogação
para que, provavelmente, nunca teremos resposta. Talvez um dia possamos criar
na Terra outro tipo de vida em laboratório—estruturas capazes de se reproduzirem,
transmitindo características fenotípicas aos descendentes, eventualmente sem ADN, ou com
moléculas diferentes da vida da Terra. É um desafio. Talvez mais fácil que
encontrar alienígenas.
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