[...] A saída dos becos sem saída não se encontra com
palavreado e expedientes. Sucede que a esquerda detesta ouvir esta verdade
simples: Portugal gasta mais do que produz (6% por ano). E que a direita
persiste em não compreender que, fora o que tirou aos portugueses, não foi até
agora capaz de fazer uma única reforma consequente e séria. Anónima e
modestamente, o país partilha a dor destes dois patéticos rebanhos.
Melhor ainda: não leva a mal os salvadores da imprensa,
da televisão e da Internet. Mas preferia, durante umas semanas, que ninguém por
uma vez falasse, até para evitar que os comentadores comentassem com um rigor
conventual os lugares-comuns de que as notabilidades regularmente se aliviam.
Seria simpático deixar respirar a língua portuguesa.
Vasco Pulido Valente in "Público"
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