sábado, 26 de abril de 2014

OS ANIMAIS E SEUS SONHOS

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Aristóteles era esperto (!)—um dia escreveu assim, na obra "Sobre o Sono e a Insónia":  Quase todos os animais dormem, sejam aquáticos, aéreos, ou terrestres. Mas também sonham? 
Aristóteles fazia a pergunta, mas tinha a resposta. Noutra obra, "A História dos Animais", dizia que não só o homem sonha, mas também os cavalos, os cães, as rãs, as ovelhas, os bodes e outros quadrúpedes sonham. Aristóteles podia estar a falar um nadinha de cor—a mandar "bitaites", como dizia o professor Hernâni Gonçalves, autor da expressão que infelizmente morreu ontem—mas investigações recentes indicam que tinha razão. Acrescentava mesmo que os cães ladram enquanto dormem, por exemplo.
Durante a fase do sono dita de movimentos rápidos dos olhos—não interessa agora explicar o que é essa fase—os músculos ficam quase paralisados. Removendo parte do cérebro a gatos, durante tal fase eles podem mover-se. Investigadores franceses verificaram que gatos a dormir nessa fase, não só se movem, como se tornam agressivos e reproduzem comportamentos como se estivessem a caçar ratos, por exemplo—sonham com qualquer luta imaginária, tal como homens com perturbações dessa fase do sono exteriorizam os sonhos em que estão "embrulhados". O mesmo se tem observado em cães.
Há aves que não cantam senão depois de o aprenderem a fazer com os pais. Os investigadores conseguem acompanhar, por  electroencefalografia e imagiologia a actividade cerebral em curso durante o cântico, chegando ao ponto de identificar o que corresponde a cada nota. Pois, durante o sono, essas aves sonham que estão a cantar, facto comprovado pelos registos eléctricos e imagiológicos.
E em ratos, da mesma maneira, é possível acompanhar movimentos  do corpo, apenas imaginados, durante o sono. Aparentemente, um comportamento frequente parece corresponder a "passeios através de labirintos"!.
Os homens—e as mulheres, naturalmente (o Dr. Soares diria os humanos)—não têm consciência de que sonham, enquanto sonham. Só depois de acordar, e nem sempre. Quanto aos animais, não se sabe, por enquanto, como é. E também não se sabe como "escolhem" os sonhos. Tanto quanto sei, Freud não se ocupou dos sonhos caninos.
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