Uma parlamentar inglesa disparou: ‘Winston, se eu fosse
sua mulher, envenenava o seu chá.’ Churchill respondeu: ‘E se eu fosse casado
consigo, bebia-o’.
Estes tempos de teatral
insolência ainda hoje continuam: acompanhar os debates em Westminster é ver o
governo e a oposição numa dança de picardias – tudo acompanhado pela risota
geral de quem se diverte genuinamente com a política.
Em Portugal, estes excessos
não caem ‘bem’ no goto e no esgoto dos nossos parlamentares, políticos ou
‘comentadeiros’. Com a seriedade própria dos brutos, eles desatam a marrar de
indignação sempre que alguém, na Casa da Democracia (com maiúscula), foge ao
tom fúnebre do velório em que o país se tornou.
Por isso aconselho Pires de
Lima a não repetir a dose perante um auditório conservado em formol. Há sempre
o risco de apodrecer os espécimes – e o apodrecimento larga cheiro.
João Pereira Coutinho in "Correio daManhã"
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