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Já várias vezes falei desse inigualável "juntador de palavras" que dá pelo nome de Baptista Bastos, verdadeira
reincarnação de Vieira no Século XXI. De tão embalado com Bastos, escapava-me
outro epistológrafo contemporâneo notável, de sua graça Ascenso Simões, até ao
dia em que—inesperadamente e de supetão—tropeço numa peça sua em que clama por
justiça e por uma comenda para Zezito. Que brilho e clarividência! Ali se lê,
por exemplo, o trecho já citado neste apagado espaço, da "necessidade
de aceitar a implicação exterior em decisões que só ao país deveriam dizer
respeito" quando refere a fífia da chamada da troika.
Fiquei de olho no prosador e fiz bem porque hoje não me
escapou uma peça por ele publicada no jornal "i" sobre a liderança do
PS e onde, a folhas tantas, se abre à nossa frente o trecho que passo a citar com
religioso respeito:
[...] António José Seguro assumiu,
em si, três características que não vinham confirmando os fundamentos do PS.
Elas eram, a origem decorosa de uma classe média rural; a construção de uma
carreira política sustentada, unicamente, na endogamia partidária; e a ausência
de uma visão global das ferramentas intrínsecas para a liderança nas ideias com
comandamento no terreno. [...]
Notável!...
Se Bastos lê isto, é
acometido de apoplexia—é ver-se ultrapassado sem apelo por um prosador sem
passado, sem currículo, sem nome, eventualmente nunca saneado de
nenhum lugar. Mas o que eu gostava era que os leitores não
deixassem de registar a última frase de Ascenso: "ausência de uma visão
global das ferramentas intrínsecas para a liderança nas ideias com comandamento
no terreno." Porra!...
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