quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

ÓH ÉGUA ! . . .

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O decantado aquecimento global—de que alguns mortais já começam dar sinais de fartura—de quando em quando tropeça numa descoberta hostil, o que obriga a louváveis e abnegados esforços de adaptação da teoria a novas circunstâncias.
A quantidade de dióxido de carbono—o vilão oficial—continua tranquilamente a aumentar na atmosfera, mas o aquecimento parou em 1998. Os supremos zeladores do ambiente não têm qualquer dúvida que, de supetão, os oceanos começaram a colaborar com o homem e a reter mais calor, enquanto o Sol terá tido um episódio de astenia, graças a Deus. Mas foram avisando que a generosidade dos oceanos e a astenia solar têm limites e acabarão em devido tempo. Portanto, nada de cruzar os braços, suspender a cruzada, ou dar sinais de hesitação—um dia a humanidade será afogada nas águas dos degelos polares, qual dilúvio bíblico, se não lhes derem ouvidos; e eles não estarão disponíveis para construir uma arca. Tal e qual.
Agora, apareceram uns inoportunos investigadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) a dizer que as erupções vulcânicas—grandes e pequenas—lançam no ar  aerossóis de enxofre, sob a forma de ácido sulfúrico, formando uma camada entre a troposfera e a estratosfera—ali pela zona onde voam os aviões comerciais—que reflecte a radiação solar antes desta chegar à superfície da Terra e é responsável pela queda da temperatura de 0,05 a 0,12 graus C desde 2000. Mal feito! Os investigadores do MIT deviam estar calados—estão a tirar crédito à cruzada de Al Gore.
Mas pior: insolentemente, recomendam a revisão dos modelos computacionais usados até agora na previsão a longo prazo do clima, a reavaliação do papel do dióxido de carbono nas alterações climáticas e a reconstrução histórica do que tem acontecido nas últimas décadas. Não se faz!
Cada vez que ouço os cruzados do aquecimento global, lembro-me da história de há duzentos anos, quando começaram a circular comboios a vapor na Inglaterra e se dizia que faziam abortar as éguas ao longo do trajecto da via férrea.
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