quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

REPUBLICANO COM O REI NA BARRIGA

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Embora nem sempre concorde com José António Saraiva, aprecio-o como jornalista. Parece pessoa séria que procura ser justo nas suas apreciações, e sem os recalcamentos mentais frequentes em muitos prosadores dos jornais. No último número do "SOL" dedica a crónica habitual às mentiras do Zezito, cuja conversa arrasa—o que não é difícil—mas não é disso que quero falar.
No fim do texto, escreve assim:

[...] A propósito, faz-me muita impressão o ardor com que Mário Soares defende Sócrates. 
Independentemente de tudo o resto, a vida de luxo e ostentação que Sócrates levava devia ser chocante para qualquer socialista. [...] 

Estão a ver o que quero dizer? Saraiva ainda acredita que Soares é socialista, eventualmente convicto e praticante!
Soares é o exemplo acabado do burguês superficialão que quer saber dele primeiro, depois dele, e no fim também dele. O povão anónimo é o combustível que gasta para alimentar o diletantismo de ser de esquerda. Soares é socialista por mero clubismo familiar. Não pratica porque isso é chato. E, se for preciso, ó senhor guarda desapareça—não chateie que vai aqui a aristocracia republicana.
E ainda há quem ature tal fabiano! Não há pachorra.
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