A 25 de Junho de 2008, mais de 70 ilustres cientistas da área da Neurociência reuniram-se em Washington, no forum “Das Moléculas à Mente: Desafios para o Século XXI”. Para ser breve, o objectivo era estabelecer os grandes desafios que, neste Século, devem mover os especialistas daquela área científica.A Neurociência conheceu formidáveis avanços nos últimos 50 anos graças, em grande parte, ao progresso tecnológico nos métodos de investigação, particularmente da biologia molecular, da computação e da neuro-imagiologia. Prevê-se, por isso, enorme progresso no futuro próximo, embora fruto de trabalho ciclópico.
Foram três os desafios assumidos
consensualmente para o Século XXI:1 - Como funciona o cérebro e produz a actividade mental? Como é que a actividade física no cérebro dá origem ao pensamento, à emoção e ao comportamento?
2 - Como é que a interacção entre biologia e experiência configura os nossos cérebros e faz de nós o que somos?
3 - Como conservar o nosso cérebro saudável? Como proteger, recuperar, ou aumentar o seu funcionamento durante o envelhecimento?
Em boa verdade, o primeiro é o grande desafio e será um avanço colossal quando for ultrapassado. A abordagem dos outros dois decorrerá natural e directamente dele.Tal como um dos participantes disse, há mais neurónios no cérebro (neurónio é a célula constituinte do sistema nervoso) que estrelas na galáxia e estabelecemos mais de um milhão de conexões novas entre eles durante um dia.
O método clássico consiste em observar comportamentos, localizar os neurónios envolvidos, identificar as conectividades estabelecidas entre eles e, então, excitar neurónios individuais para compreender o seu papel no comportamento. Mas, quando se vai das esponjas e das anémonas para os primatas e para o homem, cada passo é muito mais complicado. Considerando os avanços registados nos últimos anos e a melhoria progressiva das técnicas de investigação, a esperança é grande. A Neurociência afigura-se como a área do conhecimento que mais vai influenciar a vida do homem neste Século e nos seguintes. Maior conhecimento dos fenómenos normais da mente, melhor compreensão do que corre mal, quando corre mal, progresso da neuro-farmacologia e, eventualmente, uso de células estaminais, vão melhorar o tipo de vida daqueles que cá andam e andarão. Esta noção, de forma que nos deixa perplexos, não é passada nos media, mais deslumbrados com o progresso da Física e das tecnologias dela decorrentes do que com o bem estar do que de mais importante o homem tem que é a sua máquina de pensar.
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