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Vinte e oito por cento da energia utilizada nos Estados Unidos é dedicada ao transporte de pessoas e bens. Pensar-se-á que a maior parte diz respeito a aviões, comboios e camiões, mas pensa-se mal. Estes sectores consomem 9% nos aviões e 3% em comboios e camiões. Sobra uma pequena percentagem para coisas como a navegação na água e os pipelines, sendo a fatia de leão para o transporte individual: 60%!
É obra!!...
Os Estados Unidos, com menos de 5% da população mundial, têm um terço dos automóveis do planeta. Em 2007, automóveis, motociclos, camiões e autocarros viajaram cerca de 3 biliões de milhas (quase 5 biliões de quilómetros), o equivalente a ir ao Sol e vir 13,440 vezes. Nos próximos 20 anos, estima-se que a distância percorrida cresça 40%, aumentando, naturalmente, o consumo de combustível. Oitenta e seis por cento da energia deste sector é obtida por combustão de gasolina e gasóleo, dois terços dos quais são importados.
É uma camisa de onze varas. Para sair dela, encaram-se várias hipóteses, nenhuma muito excitante: biocombustíveis, veículos híbridos eléctricos, células de hidrogénio, óleos de xisto e de areias betuminosas, e outras pessegadas assim. A conversão de carvão em combustível líquido pode substituir 3 milhões de barris de petróleo por dia em 2030, mas exige 50% de aumento da extracção de carvão, o que faz náuseas só de pensar nisso.
O panorama é dos Estados Unidos, dizemos. Dizemos mas não devíamos dizer, porque o nosso é pior. Temos hábitos semelhantes e nem sequer dispomos dos recursos naturais, científicos, técnicos e organizacionais que eles têm. Vivemos de recursos importados, ciência importada, tecnologia importada e não organizamos coisa nenhuma. Na melhor das hipóteses, podemos exportar alguma desorganização.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
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