terça-feira, 27 de abril de 2010

EL ODIO DE LA MISERIA MORAL


Em 1990, Mandela foi libertado por Frederik de Klerk e tornou-se líder do ANC. Foi notória a sua preocupação em não mexer na ferida do apartheid para que a África do Sul entrasse de forma pacífica na nova ordem.
Mereciam os responsáveis pelo apartheid ser chamados à pedra? Seguramente que sim. Mas Mandela avaliou a relação benefício/prejuizo de não perseguir ninguém e decidiu esquecer. Atitude juridicamente errada, e social e politicamente louvável, própria de homem com estatura moral acima do comum.
A História tem muitos exemplos louváveis. Em 1978, Ramalho Eanes permitiu o regresso a Portugal de Américo Thomaz, exilado no Brasil com 84 anos. E em Espanha, em 1977, o parlamento aprovou a amnistia geral para os crimes do franquismo para pacificar a entrada na democracia.
Mas há sempre os legalistas quadrados, ressabiados, recalcados e frustrados que não percebem, ou resistem a perceber estas coisas. Baltazar Garzon é um deles – não descansa a pôr meia Espanha contra a outra metade. E o governo de Zapatero também não, mais preocupado com detalhes ideológicos que com a matéria real do bem estar dos espanhóis.
Estas reflexões foram-me sugeridas por um artigo de Herman Tertsch publicado hoje mesmo e que pode ler
clicando aqui. Tertsch é jornalista destacado em Espanha, tendo trabalhado no El País, de que se desligou por discordância com a linha editorial.

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