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O site da “EDGE Foundation” tem um link para o artigo, publicado pela revista Behavioral and Brain Sciences, intitulado "Why Do Humans Reason? Arguments for an Argumentative Theory", trabalho denso, de leitura complicada, mas cuja essência é simples. Tudo gira à volta desta pergunta: Porque são os homens tão admiravelmente maus a raciocinar em certos contextos e tão bons a raciocinar noutros?
E a tese dos autores, Hugo Mercier e Dan Sperber, é, no mínimo, curiosa. O raciocínio pode levar a más conclusões, não porque o homem não seja capaz de fazer melhor, mas porque sistematicamente escolhe argumentos que justificam as suas crenças e acções. E o homem comporta-se assim porque a evolução moldou o raciocínio não com o objectivo de atingir a verdade, mas antes de ganhar disputas ou discussões.
Por isso, o método científico, em que cada teoria tem de merecer a aprovação dos pares de quem a formulou, é mais fiável porque corrige, ou pode corrigir, este caminho instintivo do erro programado pela evolução no nosso encéfalo. É, pelo menos, animador verificar que a natureza ainda deixou margem de manobra ao raciocínio para identificar os seus vícios.
Matéria para reflectir face às disputas entre teorias sociais, políticas, económicas, desportivas, blá, blá, blá.
A fotografia é do primeiro autor do trabalho, Hugo Mercier, professor da Universidade da Pensilvânia.
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