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O mais perigoso de todos os animais vadios é o homem. Comparado com ele o cão, ainda quando danado, pode-se considerar inofensivo. E todavia a polícia, que tem para o cão que ainda se não danou as precauções da rede e da carroça, não tem para o vadio, em pleno exercício do seu contágio, senão um expediente repressivo: o de lhe arquivar a fotografia no comissariado geral.
Quer a polícia um bom conselho, que resume tudo? Inverta os seus meios de garantir a segurança pública: tire o retrato aos cães e deite a rede aos fadistas.
Ramalho Ortigão in “As Farpas”
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