O Primeiro-Ministro acha que os conselheiros do Tribunal Constitucional não têm bom senso
e pede que o adquiram. O Presidente da República pede à troika bom senso para não
comprometer a recuperação da economia nacional. Senso é o mote. O País pede aos dois o bom senso de se calarem, se não tiverem nada mais importante para
dizer.
Senso é prudência, siso, juízo, raciocínio, dizem os
dicionários. Há o bom e o comum, que não são a mesma coisa. Debitar bitaites,
como os de Suas Excelências, é comum e asinino. Guardar de Conrado o prudente
silêncio seria, nas circunstâncias implícitas referidas, bom e assisado.
O bom senso está diretamente ligado à capacidade intuitiva
de fazer a coisa certa, falar a coisa certa, pensar a coisa certa e calar a
boca na altura certa. Já Aristóteles dizia que o bom senso é o elemento central
da conduta ética, a capacidade virtuosa de achar o meio termo e distinguir a acção
correcta da jericada. E de jericos percebia Aristóteles! Os portugueses também.
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