John Trinkaus
era professor numa escola de comércio em Nova Iorque e escreveu uma centena de
artigos em duas revistas: "Psychological Reports" e "Perceptual
and Motor Skills". Curiosamente, nenhum dos artigos diz respeito à matéria
que ensinava: Trinkaus escrevia
sobre "coisas que o enervavam"! É verdade! Sobre coisas que o
enervavam.
Por exemplo, no seu bairro fazia estatísticas sobre automobilistas
e ciclistas que não respeitavam os sinais de Stop—cinco artigos sobre
automobilistas e dois sobre ciclistas em 17 anos. Ao longo dos anos, houve melhoria
do comportamento dos condutores, mas não satisfatória—Trinkaus continuava "a enervar-se" com aquilo.
Mas havia pior: os tipos que estacionam nos locais
reservados aos deficientes e os que não encostam à direita quando ouvem a
sirene das ambulâncias ou dos bombeiros. Ficava tudo registado, tudo era descrito
nas artigos e tudo enervava Trinkaus.
E os fulanos com boné de baseball com a pala virada para
trás? Não há pachorra. E os espertos dos supermercados que se metem nas caixas "até dez
unidades" com onze, doze e até treze unidades? E os snobs do metro com
pastas attaché com segredo e as abrem com a combinação 0-0-0, a de origem,
porque não precisam daquilo para nada e
é só para armar aos cágados: são 73%, vejam bem! E aqueles janotas que vão à
televisão e nunca dizem sim e preferem o "absolutamente", ou o
"perfeitamente", coisas que enervam Trinkaus.
Pensem como seria melhor o mundo se houvesse mais
gente a enervar-se assim, a registar, a tratar estatisticamente a matéria e a
publicar. Provavelmente, nem haveria a guerra na Síria!
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