Mas esta semana foi anunciada a descoberta de grandes
reservas de água potável por baixo dos mares, ao largo da África do Sul, da
China, da América do Norte e da Austrália. Não é, naturalmente, água do Luso,
mas tem muito pouco sal e outros materiais que precisam de tratamento e isso afigura-se fácil—nada comparável com a dessalinização da água do mar.
Os números são impressionantes. Calcula-se que esses
aquíferos tenham mais 500 mil
quilómetros cúbicos de água, volume 100 vezes superior ao extraído da terra no
último século.
Tais depósitos formaram-se ao longo de centenas de
milhares de anos, quando o solo desses locais estava exposto às chuvas,
constituindo os actuais aquíferos por baixo do que viria a ser o fundo do mar.
Com o degelo das calotes polares, há 20 mil anos, ficaram cobertos pelos
oceanos.
A extracção da água pode ser feita a partir de plataformas
construídas no mar, ou a da costa, nos locais onde os depósitos ficam mais
próximos. O inconveniente destas reservas é que não se renovam, por não estarem
expostas à água das chuvas; a não ser na próxima Idade do Gelo, quando o nível
do mar descer o suficiente para entrarem no ciclo hidrológico. Vai demorar um
nadinha. Até lá, é necessário gerir bem o achado.
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