domingo, 1 de dezembro de 2013

' CEGUEIRA ' MENTAL

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A imagem que se encontra em cima já foi vista por quase toda a gente, eventualmente dezenas—centenas até—de vezes. Identificamos de imediato a mais conhecida pintura de Leonardo da Vinci, talvez a mais famosa do mundo. Habituámo-nos de tal forma a conhecê-la, que não a conhecemos muito bem.
Por exemplo, imagine que lhe pedem para dizer, sem voltar a olhar para a imagem, se o cabelo da mulher tem caracóis. Sabe? Provavelmente não! E o que está por trás da mulher? Sem olhar agora, pode responder que é um lago? E que mais se vê, bem estranho? No lago está o Monstro de Loch Ness! Já o tinha visto?
A experiência pode ser feita com muitíssimas imagens, até com fotografias suas e da sua família, e o resultado é o mesmo. Isto é, a informação que os olhos enviam ao cérebro só é parcialmente  processada por este. Umas vezes mais, outras menos, dependendo da pessoa e das circunstâncias em que se faz a observação, mas sempre incompleta.
Serve isto para dizer que a nossa visão do mundo—e quando falo de visão, falo da que o cérebro trabalha—é bastante limitada. Daí que os testemunhos em tribunal devam merecer reserva, mesmo quando não há má fé. Digamos que somos capazes de reproduzir, com alguma correcção, 70% do que os olhos vêem. E é um pau!
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