A imagem que se encontra em cima já foi vista por quase
toda a gente, eventualmente dezenas—centenas até—de vezes. Identificamos de
imediato a mais conhecida pintura de Leonardo da Vinci, talvez a mais famosa do
mundo. Habituámo-nos de tal forma a conhecê-la, que não a conhecemos muito bem.
Por exemplo, imagine que lhe pedem para dizer, sem voltar
a olhar para a imagem, se o cabelo da mulher tem caracóis. Sabe? Provavelmente
não! E o que está por trás da mulher? Sem olhar agora, pode responder que
é um lago? E que mais se vê, bem estranho? No lago está o Monstro de Loch Ness!
Já o tinha visto?
A experiência pode ser feita com muitíssimas imagens, até
com fotografias suas e da sua família, e o resultado é o mesmo. Isto é, a
informação que os olhos enviam ao cérebro só é parcialmente processada por este. Umas vezes mais, outras
menos, dependendo da pessoa e das circunstâncias em que se faz a observação,
mas sempre incompleta.
Serve isto para dizer que a nossa visão do mundo—e quando
falo de visão, falo da que o cérebro trabalha—é bastante limitada. Daí que os
testemunhos em tribunal devam merecer reserva, mesmo quando não há má fé.
Digamos que somos capazes de reproduzir, com alguma correcção, 70% do que os olhos vêem.
E é um pau!
.
Sem comentários:
Enviar um comentário