sábado, 7 de dezembro de 2013

NÍVEL TRÓFICO 0,000000000 !

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Ao contrário do que frequentemente se pensa, o homem não está no topo dos predadores em termos individuais. Tal posição pode ser avaliada pelo chamado "nível trófico", que permite posicionar as diferentes espécies na cadeia alimentar. Sinteticamente, os vegetais e o plâncton são do nível 1; os herbívoros—consumidores exclusivos de vegetais—ocupam o nível 2 (1+1); os carnívoros que se alimentam de herbívoros estão no nível 3 (2+1); os carnívoros que comem herbívoros e outros carnívoros, como os ursos, chegam ao nível 5,5. A explicação é tosca, mas dá para perceber o critério e é curta, importante neste espaço.
Neste panorama, o nível trófico médio do homem é 2,21,  bastante modesto quando comparado com os ursos. Mesmo os ursos que governam o mundo actual têm um nível que anda por aí, embora varie de região para região. No Burundi é 2,04, dado que a alimentação é constituída por plantas em 97%, enquanto na Islândia é de 2,54, consequência do enorme consumo de peixe. Em países como a China e a Índia tem havido subida do nível, que era 2,05 em 1960 e é agora 2,2—porque se come muito mais porco e galinha—e no Ocidente, ao contrário,  tem havido ligeiro decréscimo. Em Portugal, com mais uns anos de troika e Passos Coelho como caudilho, os lusitanos caminham para o nível trófico 1, o das plantas e do plâncton. Segue-se o 0,000000000!
Os dados foram obtidos a partir de informação da Food and Agriculture Organization (FAO) das Nações Unidas e os resultados não ilustram o impacto global do homem na Terra. Naturalmente, os ursos, no nível 5,5, não têm o impacto que tem colectivamente o homem com o seu modesto nível 2,21, resultado de ser omnívoro—mas 7 mil milhões de omnívoros, mesmo sub-alimentados, fazem muita mossa.

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