Todos temos experiência de ouvir, ver e ler repetidamente
notícias de um acontecimento desastroso ao longo de curtos períodos de tempo—na
rádio, na televisão, na Internet, nos jornais e por aí fora. Estudos
científicos, nomeadamente sobre os recentes atentados na maratona de Boston,
concluíram que tal assédio noticioso pode causar mais dano emocional ao público
que os acontecimentos noticiados propriamente ditos. Havia gente mais perturbada
em consequência da repetição da notícia nos media do que nos que assistiram
pessoalmente ao atentado, ou tiveram pessoas conhecidas ou familiares perto.
Quem ouviu, viu, ou leu a notícia em média seis horas num
dia estava nove vezes mais afectado, do ponto de vista de stress, do que quem
teve apenas informação sucinta.
Não se tratava de pessoas que passam o dia em frente da
televisão e vêm longas notícias, com reportagens, de hora a hora. Era gente que,
ao longo de 24 horas, se viu intermitentemente confrontada com o facto, através
da televisão, do jornal, da rádio, da Internet e de painéis murais
informativos—um autêntico cerco!
O conhecimento do fenómeno é importante, para o prevenir.
Como dizem os autores do trabalho, publicado na "Proceedings of the National
Academy of Sciences" dos Estados Unidos em Agosto passado,
quando a informação começa a ser excessiva, não
esquecer que há sempre a solução de a desligar.
Tal e qual. "Mastigar" desgraças é inútil. E prejudicial à saúde...
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