domingo, 15 de dezembro de 2013

OS MASSACRES NOTICIOSOS

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Todos temos experiência de ouvir, ver e ler repetidamente notícias de um acontecimento desastroso ao longo de curtos períodos de tempo—na rádio, na televisão, na Internet, nos jornais e por aí fora. Estudos científicos, nomeadamente sobre os recentes atentados na maratona de Boston, concluíram que tal assédio noticioso pode causar mais dano emocional ao público que os acontecimentos noticiados propriamente ditos. Havia gente mais perturbada em consequência da repetição da notícia nos media do que nos que assistiram pessoalmente ao atentado, ou tiveram pessoas conhecidas ou familiares perto.
Quem ouviu, viu, ou leu a notícia em média seis horas num dia estava nove vezes mais afectado, do ponto de vista de stress, do que quem teve apenas informação sucinta.
Não se tratava de pessoas que passam o dia em frente da televisão e vêm longas notícias, com reportagens, de hora a hora. Era gente que, ao longo de 24 horas, se viu intermitentemente confrontada com o facto, através da televisão, do jornal, da rádio, da Internet e de painéis murais informativos—um autêntico cerco!
O conhecimento do fenómeno é importante, para o prevenir. Como dizem os autores do trabalho, publicado na "Proceedings of the National Academy of Sciences" dos Estados Unidos em Agosto passado, quando a informação começa a ser excessiva, não  esquecer que há sempre a solução de a desligar.
Tal e qual. "Mastigar" desgraças é inútil. E prejudicial à saúde...
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