Ontem, cumpriu-se o ritual e o Senhor Presidente da República endereçou uma mensagem ao País.
E que disse Sua Excelência?
Falou assim:
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[...] Ao longo do último ano, o desemprego subiu acentuadamente, atingindo, no terceiro trimestre, 548 mil pessoas. Quase 20% dos jovens estavam desempregados. [...]
[...] Mas o desemprego não é o único motivo de preocupação.
A dívida do Estado tem vindo a crescer a ritmo acentuado e aproxima-se de um nível perigoso.
O endividamento do País ao estrangeiro tem vindo a aumentar de forma muito rápida, atingindo já níveis preocupantes.
Acresce que o tempo das taxas de juro baixas não demorará muito a chegar ao fim.
Se o desequilíbrio das nossas contas externas continuar ao ritmo dos últimos anos, o nosso futuro, o futuro dos nossos filhos, ficará seriamente hipotecado.
Quando gastamos mais do que produzimos, há sempre um momento em que alguém tem de pagar a factura.
Com este aumento da dívida externa e do desemprego, a que se junta o desequilíbrio das contas públicas, podemos caminhar para uma situação explosiva. [...]
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[...] Mas o desemprego não é o único motivo de preocupação.
A dívida do Estado tem vindo a crescer a ritmo acentuado e aproxima-se de um nível perigoso.
O endividamento do País ao estrangeiro tem vindo a aumentar de forma muito rápida, atingindo já níveis preocupantes.
Acresce que o tempo das taxas de juro baixas não demorará muito a chegar ao fim.
Se o desequilíbrio das nossas contas externas continuar ao ritmo dos últimos anos, o nosso futuro, o futuro dos nossos filhos, ficará seriamente hipotecado.
Quando gastamos mais do que produzimos, há sempre um momento em que alguém tem de pagar a factura.
Com este aumento da dívida externa e do desemprego, a que se junta o desequilíbrio das contas públicas, podemos caminhar para uma situação explosiva. [...]
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E não disse mais?!!
Claro que disse. Mas não interessa. Foi aquela conversa do aumento da produtividade, da melhor Justiça, educação, formação profissional, solidariedade, e por aí fora. Palha mastigada, digerida e já incorporada no bolo fecal.
E falou num chavão que ninguém sabe o que é: a ética republicana. Ninguém sabe e ninguém explica.
Mas eu vou explicar porque encontrei a matéria numa página da Internet chamada “Semiramis”. E aí se refere, a propósito de um discurso em que Jorge Sampaio falou torrencialmente naquela ética, que entre os ícones que povoam o relicário mental de Sampaio (bem como do clã Soares e de outros herdeiros do jacobinismo político), resplandecem os egrégios vultos da 1ª República. Contrariamente aos próceres socialistas, a autora do texto, que só sei chamar-se Joana, naqueles vultos só encontra ética numa minoria: grupo Seara Nova e pouco mais. Outros eram de ética mais que duvidosa, progressivamente mais duvidosa à medida que subiam na importância política.
E interroga-se se é ética republicana, após a implantação da república, reduzir o corpo eleitoral a metade, com medo da opinião dos cavadores e analfabetos; ou dissolver os partidos existentes, excepto o republicano; ou pôr “cientistas” a medir o crânio dos Jesuítas para confirmar que eram anormais e publicar fotografias das investigações nas revistas da época; ou ter Afonso Costa, como ministro da Justiça, provido nos melhores lugares o seu irmão, os seus dois cunhados, o sócio do cartório, o seu procurador, um amigo íntimo e por aí fora; ou organizar a carnificina da Noite Sangrenta; ou criar um regime tutelado por arruaceiros e rufias dos cafés e tabernas de Lisboa; ou criar a Guarda Nacional Republicana a fim de ser a Guarda Pretoriana do regime, com efectivos a chegar quase aos 15.000 homens.
E termina a Joana desta forma lapidar:
Claro que disse. Mas não interessa. Foi aquela conversa do aumento da produtividade, da melhor Justiça, educação, formação profissional, solidariedade, e por aí fora. Palha mastigada, digerida e já incorporada no bolo fecal.
E falou num chavão que ninguém sabe o que é: a ética republicana. Ninguém sabe e ninguém explica.
Mas eu vou explicar porque encontrei a matéria numa página da Internet chamada “Semiramis”. E aí se refere, a propósito de um discurso em que Jorge Sampaio falou torrencialmente naquela ética, que entre os ícones que povoam o relicário mental de Sampaio (bem como do clã Soares e de outros herdeiros do jacobinismo político), resplandecem os egrégios vultos da 1ª República. Contrariamente aos próceres socialistas, a autora do texto, que só sei chamar-se Joana, naqueles vultos só encontra ética numa minoria: grupo Seara Nova e pouco mais. Outros eram de ética mais que duvidosa, progressivamente mais duvidosa à medida que subiam na importância política.
E interroga-se se é ética republicana, após a implantação da república, reduzir o corpo eleitoral a metade, com medo da opinião dos cavadores e analfabetos; ou dissolver os partidos existentes, excepto o republicano; ou pôr “cientistas” a medir o crânio dos Jesuítas para confirmar que eram anormais e publicar fotografias das investigações nas revistas da época; ou ter Afonso Costa, como ministro da Justiça, provido nos melhores lugares o seu irmão, os seus dois cunhados, o sócio do cartório, o seu procurador, um amigo íntimo e por aí fora; ou organizar a carnificina da Noite Sangrenta; ou criar um regime tutelado por arruaceiros e rufias dos cafés e tabernas de Lisboa; ou criar a Guarda Nacional Republicana a fim de ser a Guarda Pretoriana do regime, com efectivos a chegar quase aos 15.000 homens.
E termina a Joana desta forma lapidar:
A ética republicana é um mito do relicário ideológico do jacobinismo: por muitos desmandos que pratique é, por convenção, o estado perfeito de governação.
O Senhor Presidente da República Cavaco Silva já fez bastantes asneiras desde que está em Belém. Está perdoado. Mas não venha agora com essa conversa da ética republicana porque, nem lhe assenta bem o fato, nem cai melhor em muita gente.
O Senhor Presidente da República Cavaco Silva já fez bastantes asneiras desde que está em Belém. Está perdoado. Mas não venha agora com essa conversa da ética republicana porque, nem lhe assenta bem o fato, nem cai melhor em muita gente.
Ética é um conceito filosófico relativo às normas de conduta, dos costumes e dos deveres em geral, esperando-se que sejam boas - para o indivíduo e para a sociedade. É, portanto, aplicado sem qualquer especificidade. Não há ética republicana. Há simplesmente ética, Senhor Professor Cavaco Silva. Deixe essas parolices para o Dr. Soares.
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