sexta-feira, 16 de abril de 2010

AS RAZÕES DO UNIVERSO

O universo, tal como o conhecemos, tem entre 10 mil e vinte mil milhões de anos, provavelmente 13 mil milhões. Digo como o conhecemos, referindo-me ao conjunto actual de galáxias em expansão, o que significa estar ainda em formação.
Duas coisas ignoramos, em termos científicos: como era antes e como irá acabar o actual processo de evolução biológica e física.

A compreensão científica do universo começa no provável Big Bang, continua nas linhas gerais da evolução desde então, e pára aí. Do futuro longínquo não sabemos nada. Vai a expansão galáctica continuar indefenidamente? É o espaço infinito para isso ser possível? É a relação da expansão com o espaço relativa e diferente do que pensamos, e o problema não se põe? Tem a expansão um fim? Tem o próprio universo um fim?
Também não se compreende o que era antes do Big Bang. Há teorias mas, mesmo as de roupagem científica, são meras especulações filosóficas; nada esclarecedoras. Por enquanto, são matérias do domínio da Filosofia e não da Ciência.
Vem isto a respeito de uma conversa sobre a origem do universo no site
da Science, a propósito do acelerador de partículas de Genebra. Num dos comentários, um leitor - Krishnan - acha difícil imaginar que o universo veio do nada e que, se ele é espaço/tempo, então, antes da criação, devia existir alguma coisa fora do espaço/tempo e, alguma coisa fora do espaço será uma coisa indivisível; e fora do tempo será eterna e imutável. Portanto, o universo vem de alguma coisa indivisível, eterna e imutável, que nenhuma experimentação física pode detectar. É a Filosofia com roupagem de Ciência para não ser parecer Religião.
Do que Krishnan fala é de Deus, mas não quer falar. Porque, se lhe perguntarmos o que é Deus, dirá que é um ser indivisível, eterno e imutável. Isto é um tipo de racicocínio de que já aqui falei, conhecido da Filosofia. O exemplo clássico é a seguinte pescadinha de rabo na boca: Darwin disse que os mais aptos é que sobreviviam e os mais aptos eram os que sobreviviam.
Não creio que alguma vez se possa chegar a Deus pela Ciência. Ou se acredita no que se não pode provar, ou não se acredita. É o que se chama ter fé, ou não ter fé.

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