terça-feira, 13 de abril de 2010

CALEM A BOCA!

A exploração da pedofilia na Igreja Católica tem as suas raízes em posições explicáveis pela psicanálise. Como diz Rui Ramos no Expresso, “Alguns comentadores já detectaram, na vertente europeia desta campanha, a grosseira dedada do anticlericalismo jacobino, a que a ideia do pecado sacerdotal causou sempre muita excitação”.
Também não queria dar muita saída ao tema, porque fazê-lo é alimentar a caça às bruxas, que no Século XXI são os pedófilos, como também diz Rui Ramos. Mas o Vaticano, independentemente de tudo, não dá duas a direito. A infelicidade das declarações que de lá saem é confrangedora. Agora foi o Cardeal Tarcisio Bertone, o segundo na hierarquia de Roma, que declarou ser a pedofilia um caso de homossexualidade e não resultar do celibato. E fê-lo no Chile, onde um dos maiores escândalos sexuais da Igreja envolveu o padre José Andrés Aguirre, que teve relações com múltiplas rapariguinhas, uma das quais engravidou.
E, naturalmente, além de não ser bonito sacudir a água do capote atirando com o labéu de pedófilos para cima dos homossexuais, já devia esperar violenta reacção da parte do lobby destes que não é coisa para desprezar. Se a Igreja gostava de ver esta situação esquecida, não parece. Cada vez que abre a boca, é para soprar na fogueira.
Acalmem-se os senhores cardeais porque o tempo tudo resolve. Bem ou mal, tudo resolve. A dizer inconveniências de forma torrencial é que as coisas nunca mais se compõem.


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