A corrupção está na ordem do dia, todos os dias em Portugal. Há quanto tempo não pegamos num jornal nacional que não fale em corrupção na Mãe Pátria? É a carne que é fraca? Provavelmente...
Aldous Huxley assim pensou e escreveu:
Os homens são atormentados pelo pecado original dos seus instintos anti-sociais, que permanecem mais ou menos uniformes através dos tempos. A tendência para a corrupção está implantada na natureza humana desde o princípio. Alguns homens têm força suficiente para resistir a essa tendência, outros não a têm. Tem havido corrupção sob todo o sistema de governo. A corrupção sob o sistema democrático não é pior, nos casos individuais, do que a corrupção sob a autocracia. Há meramente mais, pela simples razão de que onde o governo é popular, mais gente tem oportunidade para agir corruptamente à custa do Estado do que nos países onde o governo é autocrático. Nos estados autocraticamente organizados, o espólio do governo é compartilhado entre poucos. Nos estados democráticos há muito mais pretendentes, que só podem ser satisfeitos com uma quantidade muito maior de espólio que seria necessário para satisfazer os poucos aristocratas. A experiência demonstrou que o governo democrático é geralmente muito mais dispendioso do que o governo por poucos.
(In “Sobre a Democracia e Outros Estudos”)
Se bem entendi Huxley, os comedouros são os mesmos, mas os porcos são mais na Democracia. Quanto mais popular é o governo, mais porcos há e a fatia do espólio necessária para os saciar torna-se constitucionalmente mais cara. Digo constitucionalmente porque as leis fundamentais são feitas para homens e a tendência para a corrupção, segundo Huxley, está implantada na natureza humana desde o princípio.
Em resumo, é necessário reduzir o bocal da manjedoura para lá caberem poucos focinhos.
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