domingo, 11 de abril de 2010

QUEM NOS JULGA?


Marinho e Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados, usa frequentemente linguagem desbragada, não me parece muito neutral politicamente, e tem um recalcamento qualquer com os magistrados. O que diz deve ser filtrado por esta perspectiva. Ainda assim, alguma coisa se aproveita. Por exemplo, as passagens a seguir transcritas do artigo que hoje publica no Jornal de Notícias - querem dizer o que dizem, não estando desinseridas do contexto, como agora se diz para afirmar que não se disse o que se disse.

[...] Os tribunais portugueses tornaram-se locais onde frequentemente se cometem algumas das mais escandalosas ilegalidades, sem que as vítimas possam sequer recorrer. [...]
[...] Casos flagrantes de corrupção foram pura e simplesmente varridos para debaixo do tapete, com absolvições escandalosas, unicamente porque os visados eram juízes.
[...]
[...]
Arrogam-se (os magistrados) titulares do órgão de soberania tribunais, mas constituem sindicatos para pressionar os outros poderes em ordem a aumentar os seus privilégios corporativos. [...]
[...] Estranho país este em que os titulares de alguns órgãos de soberania são trabalhadores sindicalizados. [...]
(fim de citação)
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Os juizes (pelo menos alguns) são personalidades sem a estatura que se exige a tão complicadas funções. Desempenham um cargo em que a prática de vida não é independente da forma do que fazem. Por exemplo, já que estamos em maré de exemplos, o mesmo jornal noticia na primeira página:

[...] Um graduado da PSP foi detido, ontem, no Porto, por alegadamente ter agredido uma juíza, sua ex-companheira, perante a filha menor de ambos. O caso, em plena rua, foi testemunhado por polícias à civil, que já estavam de prevenção a pedido da magistrada.
Em causa estava o cumprimento de uma decisão judicial para que o elemento da PSP, com o cargo de chefe, entregasse ao cuidado da juíza a filha, de três anos. O casal tinha vivido maritalmente e estaria em litígio há algum tempo por causa da guarda da criança.
[...]
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Sou bota de elástico ao mencionar este caso como situação em que um magistrado não devia ver-se envolvido? É claro que sou. Mas ficaria muito mais tranquilo se soubesse que um dia não vou ser julgado por esta juíza. Feitios!...
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