quinta-feira, 14 de abril de 2011

BOTAS

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O irregular e promíscuo funcionamento dos poderes públicos é a causa primeira de todas as outras desordens que assolam o país.
Independentemente do valor dos homens e das suas intenções, os partidos, as facções e os grupos políticos supõem ser, por direito, os representantes da democracia. Exercendo de facto a soberania nacional, simultaneamente conspiram e criam entre si estranhas alianças de que apenas os beneficiários são os seus militantes mais activos.
O Parlamento oferece constantemente o espectáculo do desacordo, do tumulto, da incapacidade legislativa ou do obstrucionismo, escandalizando o país com o seu procedimento e a inferior qualidade do seu trabalho.
Directamente ligada a esta desordem instalada, a desordem financeira e económica agrava a desordem política, num ciclo vicioso de males nacionais. Ambas as situações somadas conduziram fatalmente à corrupção generalizada que se instalou.

Estas passagens espelham com precisão aquilo a que assistimos hoje em Portugal. Foram escritas ontem? Anteontem? Trás-anteontem? Há duas semanas pelo Dr. Medina Carreira? Não!
Foram escritas em 1936 e está mesmo a ver-se, pela data, quem as escreveu. Esse mesmo: o Dr. António de Oliveira Salazar, mais conhecido por “Botas”, num livro publicado em França com o título "Comment on relève un État".
São coisas salazarentas dirão os crânios que, felizmente e pela graça de Deus, nos governam. Veja o leitor o post aqui em baixo e pense nisto, porque eu já estou a pensar.
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