segunda-feira, 30 de abril de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Stad Amsterdam"
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O “Stad Amsterdam” é um clipper holandês, lançado à água  em 2000, que serve de navio de treino.  Desloca 1.038 toneladas e tem 76 m de comprimento, 10 m de boca, 4 m de calado e 29 velas.
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CHINA

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(Colaboração de J. Castro Brito)
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EROSÃO DA ANTÁRCTIDA

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Animação que mostra como as correntes marinhas quentes produzem erosão nas plataformas geladas da costa Ocidental da Antárctida (crédito da NASA/Goddard Space Flight Center Scientific Visualization Studio)
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BRASIL

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Ponte Deputado Darcy Castello de Mendonça, em Vitória, vista do Convento da Penha
(2006)
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BOLIQUEIME

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A Presidência da República emitiu um comunicado para esclarecer matéria. Matéria de Estado?  perguntar-se-á.  Não propriamente. Digamos que se trata de matéria, não de Estado, mas de Estatística. Depois de registados e analisados dados disponíveis, a Presidência da República anuncia oficialmente que as aplicações das poupanças do Prof. Cavaco Silva e dos seus familiares “não se têm traduzido em ganhos, mas sim em perdas”.
A Nação comove-se e aflige-se. A Nação não pode exigir à primeira figura do Estado tal calvário. Depois de tomar conhecimento que o Senhor Presidente da República mal ganha para comer com a nanopensão de reforma que aufere, fica agora a saber que as aplicações financeiras, suas e de seus familiares, têm sido ruinosas, ao contrário do que se insinua por aí. E também que o fisco persegue o Senhor Presidente ao fazê-lo pagar mais do que lhe competia quando comprou a casinha no Algarve.
Graças a Deus que à Presidência da República ainda restam meios como este para esclarecer a Pátria sobre os grandes problemas que tem entre mãos.
Esta só mesmo de Boliqueime!...
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BRASIL

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Farol da Barra
S. Salvador da Bahia (2006)
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EINSTEIN E A LISTA TELEFÓNICA

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Muitos de nós, mais velhos, não conseguimos ler o correio e ouvir música ao mesmo tempo – pelo menos algum tipo de música. Mas os jovens conseguem fazer o trabalho de casa a ouvir o iTunes a reproduzir música inenarrável e a fazer cinco tarefas diferentes online – alguns não estarão muito concentrados, mas outros estão. São jovens, é verdade, mas têm uma memória de trabalho capaz de tratar com perfeição quatro ou cinco blocos de informação diferentes, fruto do treino. O cérebro e a mente, tal como o resto do corpo, podem ser submetidos a exercícios de fitness com proveito.
Um estudo realizado com os taxistas de Londres mostrou que têm a região do cérebro ligada à memória de longo prazo fisicamente maior que os condutores de autocarro. O exercício permanente de reter nomes de ruas e sua localização funciona no cérebro e na mente como os exercícios de alteres nos músculos esqueléticos.
A estes fenómenos costuma chamar-se neuroplasticidade, que pode ser desenvolvida com técnica apropriada. Quando um dia Einstein foi surpreendido a procurar o número do seu próprio telefone na lista, respondeu que só decorava o que não podia guardar de outra maneira. Provavelmente tinha razão porque nesta técnica de fitness mental há coisas complicadas e a experiência de Einstein deve ser respeitada. Num estudo em que uns tantos indivíduos eram treinados a fazer no piano um exercício com os cinco dedos da mão, as alterações morfo-funcionais registadas no cérebro eram sobreponíveis às observadas noutro grupo equivalente em que o exercício não era realizado fisicamente, mas apenas mentalmente. A simples concentração nos movimentos necessários ao exercício era suficiente.
O treino da memória de trabalho, aquela que usamos temporariamente para efectuar tarefas no momento, a que não se esquece do que íamos fazer à cozinha quando lá chegamos, é fundamental. E, nesse aspecto, a juventude trata melhor disso que nós, ao fazer várias coisas ao mesmo tempo. É provavelmente a primeira vez na história que as crianças têm muito para ensinar aos adultos.
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domingo, 29 de abril de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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Navio não identificado. Bonito!
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PATINS 1923

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Uma delícia!
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(Colaboração de J. Castro Brito)
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ZEUS, LEDA E TÍNDARO

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Leda era rainha de Esparta, casada com Tíndaro. Um dia Zeus, o Deus, encarnou num cisne e violou Leda. Nessa precisa noite, Leda teve relações matrimoniais e ficou grávida. Gerou dois ovos de um dos quais nasceram Castor e Clitemnestra. Do outro nasceram Polideuces e Helena, que viria a ser de Troia. Os dois primeiros irmãos eram mortais. Helena e Polideuces eram e são imortais: ainda devem andar por aí.
A lenda de Leda é clássica e inspirou Leonardo da Vinci e Miguel Ângelo que pintaram Leda e o cisne. As obras dos dois mestres perderam-se, mas há mil e uma versões de vários pintores e escultores quase tão célebres como Leda e Tíndaro: Rubens, Veronese, Boucher, Tillier e por aí fora.
Serve isto para dizer que estava a fotografia da cena de Zeus feito cisne e Leda, esculpida no Século XVI e fotografada pelo célebre Derrick Santini, exposta numa galeria de Mayfair, em Londres, quando entrou a polícia metropolitana escandalizada e mandou tirar dali aquela pouca vergonha mitológica. 
Felizmente, um informador da polícia disse depois que o caso não foi considerado crime e, sendo assim, ninguém foi preso. Tudo está bem quando acaba bem.
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- Em cima, a fotografia do escândalo e, à direita, a versão pintada por Rubens.
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SOL E SOMBRA

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A música é de Fiona Joy Hawkins, interpretada pela própria, e chama-se "Feeling Sunshine".
As fotografias são minhas.
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GENTE FINA É OUTRA COISA

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sábado, 28 de abril de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Beatrice"
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O "Beatrice", um veleiro de quatro mastros, foi construído em 1881. Era originalmente inglês e foi posteriormente comprado por um armador sueco que lhe deu este nome. Fazia viagens entre a Austrália e a Europa, carregando cereais.
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GUILTY: 1; 5; 9; 13; 18

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Fotografia da acta original da reunião do júri que deliberou no julgamento de Al Capone
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SOCIEDADE TERRA PLANA

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O site chama-se Flat Earth Society. Já falei nele há tempos. É feliz o nome e, às vezes, com humor o conteúdo. Por exemplo, este forum:

Pergunta: Que pensam sobre de que é feita a matéria negra? Ouvi dizer alguns amigos que é feita de almas de gente morta, ou que é a mesma coisa que anti-matéria (acho isso um enorme disparate...).

Resposta: A matéria negra consiste num concentrado de fé dos cientistas, desesperados e agarrados a teorias moribundas. Basicamente, podes agradecer a Stephen Hawking todas as asneiras da Física dos últimos 50 anos.

Nota - Hawking é um respeitado físico teórico britânico.
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UMA GAIVOTA

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FÓRMULA DE BLACK-SCHOLES

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No Século XVII, na bolsa de mercadorias de Dojima, no Japão, faziam-se contratos em que o comprador prometia comprar arroz, no prazo que ia até um ano, a um preço estabelecido logo nessa altura. Isto é, o vendedor tinha o preço garantido nesse período e o comprador o direito de comprar também garantido. Viviam felizes assim. Posteriormente veio a verificar-se que tal tipo de contrato continuava a ser vantajoso para ambos os lados, mesmo que o comprador não tivesse obrigação de comprar, apesar do risco ficar todo do lado do vendedor. Coisas complicadas que os economistas explicam de forma esdrúxula, e manhosa com certeza. Não interessa.


Pois este tipo de contrato foi pelos séculos e mundo fora, primeiro com mercadorias e depois nas bolsas de valores mobiliários. É verdade! Tal implicava um risco assumido por palpite e inspiração para os compradores e vendedores de títulos. Até que surgiram dois professores de Finanças, de seus nomes Myron Scholes e Fischer Black, que congeminaram uma fórmula mágica capaz de resolver a charada com uma máquina de calcular: a fórmula de Black-Scholes. Tão mágica, que Scholes recebeu o Prémio Nobel da Economia por isso, em 1997, e Black só não recebeu porque, entretanto, morreu.

Pateticamente, um ano depois de ter recebido o Prémio, em 1998, um fundo criado por Scholes, com todas as fórmulas, computadores e magna sapiência, perdeu 4 mil milhões de dólares e faliu. Ponto final!

Mas a  fórmula de Black-Scholes continuou, em carreira meteórica, a fazer parte dos currículos académicos e a constituir ferramenta indispensável a todos os jovens cérebros da economia que de Wall Street dirigem o mundo. Numa caminhada de glória, chegou a um evento apocalíptico, qual foi a falência do Lehman Brothers. A cereja em cima do bolo. E, uma dúzia de anos depois, discute-se acaloradamente o papel das equações matemáticas nas finanças. Cada um sacode a água do capote, alegando que a fórmula acabou por ser aplicada de maneira incorrecta. Correcta ou incorrecta, linchou-nos a todos, eu incluído. Daqui mando um grande abraço ao Professor Scholes.
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(Na fotografia, Scholes está à nossa esquerda e Black à direita)
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MAIS UM!!!


(Filho de Fernando Negrão, deputado do PSD e antigo Director da PJ)
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EUROPA 1100

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A Europa no início do ano 1100 (Portugal ainda em gestação)
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FALAR CLARO

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O jornal “i” publica hoje uma longa entrevista com Maria Filomena Mónica. À pergunta “Como avalia o desempenho da oposição”, responde assim:

A oposição desapareceu. O PS não existe, nem sei o que é aquilo. O líder não tem carisma, não sabe o que há-de fazer, está condicionado pelo acordo com a troika. E sucede a um delinquente político chamado Sócrates, o pior exemplo que jamais, na História de Portugal, foi dado ao país: ir para Paris tirar um curso de “sciences po”, depois daquela malograda licenciatura – à qual não dou a menor importância, pois há muitos excelentes políticos que não são licenciados. O engenheiro Sócrates foi o pior que a política pode produzir. Depois de tantos processos em que mentiu, aldrabou, não depôs, ninguém percebeu o que se passou com o Freeport, os portugueses perguntam-se onde foi ele buscar dinheiro para estar em Paris. Quem é que lhe paga as despesas e o curso? A esquerda socialista tem ali este belo exemplar a viver no 16ème, e um sucessor que não inspira ninguém. O PCP vive num mundo antes da queda do Muro de Berlim, e o Bloco de Esquerda habita em Marte.

Não acrescento nada. Subscrevo as palavras de Maria Filomena Mónica, embora isso seja irrelevante. E presto-lhe homenagem porque já há pouca gente a falar claro.
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(Agradeço a J. Castro Brito, que me mandou a entrevista)
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sexta-feira, 27 de abril de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Baltic Beauty"
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O “Baltic Beauty” foi construído na Holanda em 1926 e serviu como pesqueiro. Em 1979, foi comprado pelo capitão Victor Gottlow que o converteu em navio para turismo, participando também em regatas internacionais. Tem 40 m de comprimento, 6 m de largura e 425 m2 de velas.

BALUARTE DE S. VICENTE


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AS ORIGENS DO 'BIGYELLOW'

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Estudos genéticos e arqueológicos apontam para a hipótese da actual população europeia ser um misto de gente vinda da Anatólia - agora Turquia - há cerca de 8.000 anos, e de gente oriunda do Norte, com genoma do tipo dos actuais finlandeses.
E, mais curioso, tais estudos sugerem que foram os povos vindos do Sudeste, para o Norte e Ocidente, que trouxeram o avanço civilizacional da agricultura aos autóctones, caçadores-recolectores até aí. Tal informação é contrária à convicção clássica de que a agricultura foi uma conquista da iniciativa dos indígenas europeus. Sugere também que os dois grupos populacionais viveram em contacto durante muitos anos e se reproduziram de forma cruzada, explicação verosímil para a variedade étnica dos europeus.
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O EMBRIÃO DA UNIÃO EUROPEIA?!

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A Europa no princípio dos anos 100 DC
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ESTRUTURAS RECURSIVAS

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Já falámos em tempos do conceito de recursão a respeito da linguagem. Varia com a área em que é usado. Em ciência, arte e tecnologia, é o processo de repetir temas, ou itens, não necessariamente de forma igual, mas semelhante. Conceito relativamente recente e muito em voga, porque o processo é usado em computação; mas é praticado desde os tempos mais antigos, sobretudo na arte e na Matemática. Diz-se que uma estrutura é recursiva se a forma do todo se repete na forma das partes.  
Na arte, há muitos exemplos, sendo Piet Mondrian considerado um clássico da pintura recursiva, de que se mostra um quadro imediatamente abaixo. Mas há outros menos lineares, como a floresta a seguir.



Ainda assim, não é nesses casos que estão as raízes clássicas da recursão na arte. A melhor e mais consistente estrutura recursiva da história da arte é o estilo gótico, com os primórdios no Século XIII. Na entrada deste post, vemos um quadro que exemplifica o desenvolvimento da recursão no planeamento dum edifício gótico.
Curiosamanente, os historiadores de arte raramente se referem à estrutura recursiva, perdendo-se em descrições das características da arte gótica e barroca, descrições que não são mais que modalidades toscas e pessoais de falar de estruturas recursivas; estruturas que, em boa verdade, porque não conhecem, não reconhecem. É o problema clássico das duas culturas de que falava C.P. Snow.
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PESADA HERANÇA

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O CREPÚSCULO DA ÉTICA

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Para pior já basta assim!
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quinta-feira, 26 de abril de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Endurance"
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O “Endurance” era um bergantim de três mastros, construído em 1912 na Noruega, em que  Sir Ernest Sackleton navegou para a Antárctida, na Expedição Imperial Trans-Antárctida (1914). Em 1915 foi esmagado pelo gelo e afundou-se. Tinha 44 m de comprimento, 7,6 m de boca e deslocava 350 toneladas.
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Há no mundo, pelo menos, 28 navios com este nome. O que se mostra em baixo, a chegar a Lisboa, é um deles.
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CONCORRÊNCIA DE EVENTOS

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Uma inglesa vem passar férias a Portugal e, quando está a arrumar a roupa no armário do quarto, vê um casaco de militar pendurado com o seu nome de solteira impresso. Observando melhor, encontra também o número de militar do irmão. Tinham passado 40 anos desde que o irmão tinha estado no exército.
Um estudante liceal alemão tem uma colega nova, vinda da Índia. Um dia, vê o passaporte dela e fica admirado por ter nascido na mesma terra que ele. A mãe vivia na Índia, mas veio ter a filha à Alemanha. Conversando, chegam à conclusão que nasceram os dois na mesma maternidade, uma pequena unidade hospitalar. Deslocam-se lá e, com espanto, ficam a saber que nasceram os dois na mesma cama de partos. Casaram.
Um inglês a viver na Suíça compra um quadro velho numa junk shop. Leva-o para casa e desmonta-o para limpar. Encontra um pedaço velho de jornal inglês onde está a sua fotografia, da mãe e do irmão.
Uma senhora de Burryport tem três filhos, de 8 e 6anos e, o mais novo, de alguns meses. Nasceram todos no dia 5 de Fevereiro.
Um inglês vaipassar férias no Sul de França. Um dia escreve uns postais para vários amigos e dirige-se ao correio para os enviar. No caminho encontra o destinatário de um dos postais que também lá está.
Que se passa? Porque acontecem estas coisas? Há forças ocultas envolvidas? Até o psicanalista Carl Jung se ocupou disso e formulou uma teoria esdrúxula chamada ‘Sincronicidade’ ou coisa que o valha. Os especialistas de estatística estão tranquilos: acham normal! Dizem, por exemplo, esta coisa inesperada: basta juntar 13 pessoas na mesma sala para a probabilidade de duas comemorarem o aniversário no mesmo dia ser maior que a de isso não acontecer. Quando joga o Benfica na Luz, há muitas pessoas a assistir que fazem anos nesse preciso dia!
Acham normal? Eu fico de pé atrás.

ILLINOIS

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Harold Gregor
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'PARADIGMAS' VS 'ANOMALIAS'

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Em 1962, Thomas Kuhn definiu o que se chama “paradigma científico” como ‘conceito universalmente reconhecido correcto pela ciência e, por isso, modelo para o trabalho de investigação’. O que cai fora do padrão paradigmático é “anomalia”. Mas já na altura Kuhn admitia que  o paradigma pode ter prazo de validade, ou seja,  é temporário.
Barry Marshall desafiou o “paradigma” médico da época, de que a úlcera péptica, vulgarmente chamada ‘úlcera do estômago’, era provocada pelo stress e pelo ácido, ao considerar uma bactéria do género Helicobacter como responsável pela doença. Marshall teve toda a gente contra ele, mas também tinha razão e a úlcera é hoje tratada com antibióticos.
Fred Griffith, muito antes da descoberta do ADN, veio dizer ao mundo que ratos infectados com uma estirpe inofensiva do pneumococo, sucumbiam se fossem depois injectados com uma estirpe de pneumococo virulento, mas neutralizado previamente pelo calor; isto é, a segunda estirpe, tornada inofensiva, era capaz de passar a capacidade agressiva à primeira, que matava os ratos e a transmitia aos descendentes. Como não se sabia nada de ADN, a observação de Griffith foi considerada uma “anomalia”, dado que a estabilidade das espécies era irrefutável na época.
A teoria de Wegener, da deriva continental, segundo a qual todos os continentes ‘descendem’ de um único supercontinente e navegaram pela Terra para as actuais localizações, foi considerada uma “anomalia”, apesar da linha de costa do Brasil encaixar muito bem na linha de costa de África Ocidental e de se encontrar o mesmo tipo de  fósseis em ambas. Só depois da descoberta das placas tectónicas, a ciência abriu mão do “paradigma” oficial da ‘terra firme’.
Portanto, em ciência, como em quase tudo, o conhecimento é verdade até se provar que está errado, o mesmo que dizer: é provisório. Mas há um limite à abertura a novas teorias, ou “anomalias”. Experiências, como a da ‘memória da água’ do homeopata Prof. Benveniste, ou a telepatia, deixam-nos de pé atrás. Não é fácil ser prior duma freguesia assim, porque o que parece bom senso agora pode vir a revelar-se ignorância daqui a uns anos. Portanto, além de bom senso, como dizem os homens do futebol, é preciso muita humildade. É verdade: muita humildade!
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'DIÁRIO DE NOTÍCIAS'

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PEDRAS DA HISTÓRIA

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quarta-feira, 25 de abril de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Atlantic"
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O "Atlantic" era uma escuna de três mastros e casco de aço, construída em 1903 nos estaleiros Townsend & Downey. Foi iate de recreio, abatido em 1982. Tinha 69 m de comprimento, 9,2 m de boca, 1.720 m2 de velas e 303 toneladas. Já apareceu neste blog, numa pintura, mas a fotografia de hoje mostra a sua elegância de forma muito feliz.
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INEVITABILIDADES

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Vasco Lourenço, capitão de Abril, consagrado politólogo e inspirado tribuno, hoje orou. Orou no Rossio. Disse Lourenço que os eleitos já não representam a sociedade portuguesa. Nem o Presidente da República, nem o Governo, nem os deputados e, previsivelmente, nem os presidentes de câmara, presidentes de juntas de freguesia, presidente do Futebol Clube do Porto, presidente do Benfica, presidente do Sporting e por aí fora – todos os eleitos, em suma. O “Expresso” on line diz que o discurso de Lourenço estava escrito à pena, podendo então afirmar-se que, com uma penada, Lourenço arrasou os eleitos deste País.
Ficou a Nação inquieta com as palavras de Lourenço? Vem aí outra revolução? pergunta o gentio. – Não vem: “Os problemas da democracia resolvem-se em democracia e não nos arvoramos em salvadores da Pátria”, foram as palavras tranquilizadoras deixadas por Lourenço ao povo de Portugal e além-mar, ou melhor, de Portugal continental e insular.
Lourenço é um líder. Um condutor de homens (e mulheres também). Um mestre do verbo. Com a palavra destrona imperadores, ditadores, regedores e abusadores, que é o caso dos actuais eleitos: são uns abusadores! Mas cuidado, que Lourenço está atento! E já avisou: “Temos de vencer o medo, a apatia, e as inevitabilidades”. Há medo. Há apatia. Não devia haver, mas há. É compreensível. Mas inevitabilidades, isso não! Lourenço está lá e acaba com elas.
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HUBBLE À ESPREITA

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Publicámos há três dias a imagem da Tarântula, na galáxia Grande Nuvem de Magalhâes, uma das grandes zonas formadoras de estrelas na vizinhança da Via Láctea. Hoje trazemos outro aspecto da mesma galáxia, com vários pontos brilhantes, que são parte de um agrupamento de novas estrelas. A imagem foi obtida pelo Telescópio Espacial Hubble.
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A FUGA DOS JACTOS PARA O EGIPTO

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A esquerda em Portugal - possivelmente em todo o mundo – tem uma técnica argumentativa sui generis: quando mete o pé na argola – e quantas vezes o faz! – arranja uma desculpa esfarrapada, repetida até à exaustão pelo comunicação da cor e, a partir da 507ª repetição, a argolada é matéria tabu, insusceptível de ser lembrada, sob pena de ser isso considerado matéria mesquinha e manifestação de falta de grandeza da alma. É o miserabilismo, o salazarento, o reacionário, o obscurantismo, no mínimo.
Soares, o incontornável Soares dos 199km à hora, diz que Portugal está a vender as joias da coroa, referindo-se às nacionalizações, uma das razões porque hoje não foi pavonear-se na Assembleia, com o cravo vermelho ao peito. Mas Soares não diz que as joias da coroa se vão porque um governo socialista, gerido por essa anedota socialista chamada Zezito, conduziu a Pátria à falência, pediu auxílio aos mentores da economia de casino, e chegou com eles ao acordo de nacionalizar as empresa que Soares diz serem as joias da coroa.
Isto é, o que está subjacente à lamentável necessidade de perder soberania, nacionalizar, mudar as leis do trabalho, alterar a fiscalidade, aumentar os transportes, diminuir a qualidade do Serviço Nacional de Saúde e por aí fora, não interessa; ou antes, não se pode falar sobre isso. O que interessa é atirar trampa para cima dos outros. Falar disso é tabu, são desculpas, é miserabilismo, é a reacção, blá, blá, blá.
Quando um Zezito, em seis anos,  aumenta a dívida de 90 mil milhões para 160 mil milhões, está tudo a correr bem. Quando alguém aperta o cinto porque ficámos falidos, está tudo a correr mal.
Tenho dúvidas que o actual governo seja grande espingarda. É verdade. Mas peço aos socialistas esta coisa singela: por favor, mantenham-se calados, ou dissertem sobre a fuga dos jactos para o Egipto.
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QUEIMAR LÍPIDOS

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terça-feira, 24 de abril de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Vancouver"
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(1791) 
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O RECTÂNGULO LUSITANO

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Quando se observa o retalho da Península, de que a história fez Portugal, separado do corpo geográfico a que pertence, desde logo se vê como a vontade dos homens pôde sobrepujar as tendências da natureza. Os rios e as serranias descem, perpendiculares sobre a costa ocidental, prosseguindo uma derrota e provindo de uma origem que se dilatam para muito além das fronteiras, até ao coração do corpo peninsular. As cumeadas das montanhas e os vales extensos mudam de nacionalidade naquele ponto convencional que aos homens aprouve fixar.
Não falta, porém, quem pretenda encontrar, no nosso próprio território, motivos determinantes da constituição primordial da nação: tanto pode a obcecação doutrinária! Diz um que essa separação dos litorais é uma regra; nega outro o carácter arbitrário da linha das fronteiras de leste, afirmando que essa linha coincide com os limites extremos até onde os nossos rios são navegáveis. Decerto nunca os viu quem tal afirma. No Guadiana apenas se navega até Serpa, e entretanto o rio é português nas duas margens até Monsaraz, formando a raia daí até Elvas. O Douro para cima da Régua é tão navegável até Zamora como até à Barca-d'Alva. No Tejo, passando Abrantes, tanto se vai até Alcântara, como até Aranjuez. Onde está pois a concordância da fronteira com a parte navegável dos rios?
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Oliveira Martins in "História de Portugal"
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UM PINGUIM ESPANTADO

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KUUK THAAYORRE

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Os Kuuk Thaayorre, aborígenes de Pormpuraaw, no Norte da Austrália, como acontece com outros povos de que já aqui falámos, não têm palavras para designar esquerda, direita, frente ou trás e não usam esses conceitos, nem na linguagem, nem para se orientarem no espaço. Fazem-no usando os pontos cardeais, de tal modo que Sul para eles é sempre Sul, enquanto para outros povos uma vez é esquerda, outra direita, outra frente, outra trás. Dizem “tens uma aranha no Norte da cara” e não no lado esquerdo da cara. Complicado? Para eles não e diga-se em aparte que se orientam como pombos-correios. Mas falo nisto por outra razão. É que, se lhes derem um conjunto de cartas, por exemplo com fotografias duma pessoa em várias idades, para as orientar cronologicamente no espaço, se estiverem virados para Sul, põem-nas da esquerda para a direita; se estiverem voltados para Norte, colocam-nas da direita para a esquerda; mas se estiverem voltados para Leste, colocam-nas de longe deles para perto e ao contrário se estiverem virados para Oeste. Isto é, sempre de Leste para Oeste.
As pessoas de línguas europeias fazem o mesmo exercício da esquerda para a direita, enquanto os israelitas fazem ao contrário, da direita para a esquerda.
Também a concepção do tempo varia entre os povos. Nós pensamos no tempo que vem em termos de “frente” e no passado em termos de “trás”. Para as pessoas que falam mandarim, o tempo futuro é “para baixo” e o passado é “para cima”. E, para a língua inglesa, o nosso pouco tempo é “tempo curto” (short) e o muito tempo é “tempo comprido” (long).
Serve esta longa conversa para dizer que a língua não é mera ferramenta para exprimir o pensamento – ela molda o pensamento. E tal pensamento é mais rico ou menos rico, conforme a língua que usa. Talvez se possa afirmar que com ela pensamos. Por isso, devemos estimá-la e preservá-la, sem lhe dar encontrões, seja falada ou escrita. É perigoso mexer numa coisa susceptível de alterar a nossa cabeça. Essa é uma das razões porque o Acordo Ortográfico é um aborto ortográfico.

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MARINETRAFFIC.COM

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A minha colaboração de maritime enthusiast na Net.
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POIARES BAPTISTA

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Ao Professor Poiares Baptista, que me distingue com a sua amizade, agradeço a oferta desta e outras obras já aparecidas neste blog de que é leitor.
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TIROS DE PÓLVORA SECA

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A Associação 25 de Abril, pela voz do coronel Vasco Lourenço, anunciou, urbi et orbi, que não estaria presente nas cerimónias oficiais de comemoração do 38º aniversário da revolução dos cravos. Logo Mário Soares e Manuel Alegre anunciaram idem aspas. E porquê? Porque não aprovam a política do actual Governo! Simplesmente isso.
Mesmo admitindo que estejam desgostosos com a situação actual, pergunta-se: faz algum sentido tal posição? Se uma instituição americana qualquer não estiver de acordo com a política dum Presidente, faz sentido não participar na comemoração do 4 de Julho, Dia da Independência dos Estados Unidos? Ou, se um intelectual francês qualquer não estiver de acordo com Sarkosy, faz algum sentido declarar publicamente que não participa no 14 de Julho, Dia da Tomada da Bastilha?  É discutível mas admite-se, desde que o façam com discrição.
Mas vir com o trombone anunciá-lo na praça pública é patético, terceiro-mundista e, pior que tudo, parolo. Como se pode levar a sério uma tal cena sem cair na tentação do gozo? A este respeito, Passos Coelho terá dito, e muito bem, que nestes eventos há sempre alguém que procura o protagonismo. Desencadeou com isso a fúria das massas - onde se lê massas, leia-se papagaios do jornalismo prá-frentex, políticos prá-frentex, comentadores prá-frentex, intelectuais prá-frentex e por aí fora prá-frentex.
Soares e Alegre vivem numa ribalta, sem a qual não passam. Lourenço não; mas gostava! Por isso, volta não volta, dispara uns tiros de pólvora seca. Neste caso dispararam todos a mesma escopeta.
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O CÉSAR DO ORIENTE

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segunda-feira, 23 de abril de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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Publicamos hoje outra imagem do "George Stage", que apareceu aqui ontem. Muito bonito!
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TRECHOS ESCOLHIDOS

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AO REI DE PORTUGAL

Senhor. – Alguns malévolos, nossos comuns inimigos, espalham subtilmente que Vossa Majestade nos sacia de oiro, para que as Farpas conservem perante Vossa Majestade uma atitude curvada e risonha. Rogamos a Vossa Majestade se digne declarar se já deixou cair na nossa mão estendida – o seu corruptor metal! Vossa Majestade, com mal disfarçado despeito o dizemos, nem sequer é assinante das Farpas! Procedimento este que prova não ser inteiramente erróneo o que a história conta dos crimes da realeza.
Aproveitamos a ocasião de lembrar a Vossa Majestade que são esses actos que tornam odiosos os tiranos – e que, mais tarde ou mais cedo, erguem o desagradável cadafalso de Carlos I. Um rei que não assina as Farpas vai por um declive, ao fundo do qual tem de encontrar a chorosa vereda do exílio ou o gotejante corredor da masmorra. A recusa da assinatura merece a desforra da revolução! Cuidado! Em todo o caso, por hoje o que pedimos a Vossa Majestade é que declare, como é a intransigível verdade, que nunca Vossa Majestade passou para a nossa mão uma parte dos seus valiosos tesouros. –
Humildes vassalos.

À HIDRA DA ANARQUIA

Tendo alguns jornais dado a entender que nós atacávamos a realeza porque estávamos para isso pagos pela Hidra da anarquia – pedimos ao dito bicho que declare, publicamente, a falsidade desta asserção imunda.
Aceite, Sr.a Hidra, os protestos da maior consideração. – Os redactores das
«Farpas». 
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Eça de Queirós in "As Farpas"
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GALÁXIA DOS MIL RUBIS

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A galáxia espiral M83, conhecida por Galáxia dos Mil Rubis, observa-se no hemisfério Sul, na Constelação Hidra. Tem 40.000 anos/luz de diâmetro e encontra-se a 12 milhões de anos/luz da Via Láctea. No centro existe grande concentração de buracos negros que resultaram de explosões da formação de estrelas. As áreas vermelhas ao longo dos braços espirais, também locais de formação de estrelas, sugeriram o nome de Mil Rubis. 
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