Durante a Comissão Nacional do PS, em Ermesinde, dezenas de populares concentraram-se à porta da reunião e, no final, aplaudiram o secretário-geral do PS, António José Seguro, e alguns deles insultaram depois António Costa, chamando-lhe "traidor", "oportunista", "borra-botas" e mandando-o de volta para Lisboa—isto lê-se no "Diário de Notícias de hoje. Ontem, falava-se também de alguns encontrões ao candidato extemporâneo a Secretário-Geral do PS.
Acho mal—em especial, essa de borra-botas—porque tal
comportamento não é compaginável—como dizem os políticos bem falantes—com a
ética de um partido republicano até aos colarinhos.
Aliás, o histórico dirigente, e também poeta, Alegre já se
manifestou contra tais desacatos—e muito bem. Segundo o histórico, "este
tipo de fenómenos resolvem-se à nascença sob pena de a situação ficar
incontrolável".
E mais disse: "O PS é um partido democrático, onde
não há lugar para arruaceiros. As responsabilidades nacionais do partido exigem
um clima de serenidade e de respeito mútuo. Se o PS não souber resolver
democraticamente os seus problemas internos corre o risco de perder o
país"
Tal e qual: a situação incontrolável, os arruaceiros, e a
ausência de respeito mútuo e clima de serenidade (recordo que o povo é sereno),
estão totalmente fora da ética republicana—é coisa de monarquias,
está bom de ver.
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