domingo, 29 de junho de 2014

A LEPRA DO ZEZITO

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Há precisamente três semanas e mais um dia publiquei neste blog um post intitulado "Afinal o Zezito tem lepra". Nele discorria sobre o reconhecimento, pelos apoiantes de Seguro contra Costa, do efeito nefasto que a sua recordação teve para o PS nas eleições do Parlamento Europeu. Hoje leio a prosa corrosiva e sarcástica de Alberto Gonçalves no "Diário de Notícias" sobre a mesma matéria e não posso deixar de gargalhar. É assim:

Há três anos, Francisco Assis garantia que a história fará justiça a José Sócrates. Há pouco mais de um ano, o ex-ministro Nuno Severiano Teixeira assegurava que a história fará justiça a José Sócrates. Dia sim, dia não, os blogues anonimamente assinados por serviçais do antigo primeiro-ministro afiançavam que a história fará justiça a José Sócrates. Por uma vez, os videntes acertaram.
Embora muitos cidadãos tivessem preferido que a Justiça fizesse justiça ao Eng. Sócrates, a história começa a colocar o cavalheiro no lugar que merece. Depois de, nas recentes europeias, a mera presença do cavalheiro num almoço de campanha afundar decisivamente as pretensões eleitorais do seu partido, o partido desatou a tratá-lo com a deferência normalmente dedicada à lepra. E se não se estranha muito que alguns apoiantes do Dr. Seguro usem as palavras "descalabro" e "desastre" para avaliar a governação do Eng. Sócrates, estranha-se um bocadinho que o Dr. Costa já se refira aos "erros" da mesma.
Na prática, só falta o próprio Eng. Sócrates admitir que duplicar a dívida pública em meia dúzia de anos e colocar Portugal na dependência desesperada do exterior durante as próximas duas dúzias não foi uma proeza admirável ou, como ele repetia sempre que espirrava, um "momento histórico". Aí sim, será altura de colocar o homem sob o pedestal da posteridade.
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