Lê-se no "Correio da Manhã" que João Rendeiro,
ex-presidente do BPP agora acusado de vários delitos pelo Ministério Público,
foi um dos maiores financiadores da campanha de António Costa nas autárquicas
de Lisboa. Rendeiro terá desembolsado 10 mil euros.
Em boa verdade, não se percebe o tom de descoberta e de
sensacionalismo da notícia. No fundo, o facto é equivalente a dizer que ontem
foi o dia 20 de Julho e, em face disso, hoje é o dia 21. Tal e qual.
Ou o jornal não sabia que há muita gente a dar dinheiro
aos políticos? Naturalmente que são ofertas desinteressadas de empresas e
cidadãos que não esperam nada em troca. É tudo por amor à arte, visto que a
política é uma arte, às vezes bastante malabar. E não há quem aprecie
tanto os malabarismos como os banqueiros, empreiteiros, grandes industriais, e
todos os plutocratas em geral. É vê-los na primeira fila do Cirque du Soleil
sempre que têm oportunidade. Ricardo Salgado, por exemplo e segundo consta, não
perdia um espectáculo. Era a sua extravagância, embora Vasco Pulido Valente
dissesse ontem que não se
lhe conhecia a
menor extravagância ou o menor vício.
Conhecia, conhecia: gostava muito de arte malabar, de que era um dos grandes mecenas.
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