Ontem, escrevia eu: "Lê-se no «Correio da Manhã» que João Rendeiro, ex-presidente do BPP agora acusado de vários delitos pelo Ministério Público, foi um dos maiores financiadores da campanha de António Costa nas autárquicas de Lisboa. Rendeiro terá desembolsado 10 mil euros". Admirava-me então do aparente espanto do jornal com o facto.
Hoje,
João Miguel Tavares escreve no "Público: "Diz Agostinho Abade (director financeiro da campanha de Costa), dando um exemplo concreto, que «as duas viaturas de gama média» utilizadas por António Costa têm sido «emprestadas por militantes», e que eles «têm também suportado o combustível gasto». «Aliás», acrescenta o director financeiro, «as referidas viaturas têm variado, de acordo
com a disponibilidade dos seus
proprietários para as emprestar». Ora, eu não sei se é suposto alegrarmo-nos
com isto e considerar o recurso à vaquinha um exemplo de extraordinária
transparência e voluntarismo, mas se eu não acredito em almoços grátis, muito menos acredito em gasóleo grátis. Mesmo que o combustível do avião que levou António
Costa à Madeira no início do mês também tivesse sido pago por amigos, isso
preocupa-me mais do que me descansa—porque é o género de favorzinhos que invariavelmente se cobram depois de chegar
ao poder."
É a história das artes malabares de que eu falava. Pelo
visto, Costa é grande especialista na matéria—Rendeiro para a arte de governar
Lisboa, e agora militantes anónimos para a arte de governar o País; qualquer
delas malabar o mais possível. Ah ganda Costa!
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