terça-feira, 22 de julho de 2014

AINDA AS ARTES MALABARES

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Ontem, escrevia eu: "Lê-se no «Correio da Manhã» que João Rendeiro, ex-presidente do BPP agora acusado de vários delitos pelo Ministério Público, foi um dos maiores financiadores da campanha de António Costa nas autárquicas de Lisboa. Rendeiro terá desembolsado 10 mil euros". Admirava-me então do aparente espanto do jornal com o facto.
Hoje, João Miguel Tavares escreve no "Público:  "Diz Agostinho Abade (director financeiro da campanha de Costa), dando um exemplo concreto, que «as duas viaturas de gama média» utilizadas por António Costa têm sido «emprestadas por militantes», e que eles «têm também suportado o combustível gasto». «Aliás», acrescenta o director financeiro, «as referidas viaturas têm variado, de acordo com a disponibilidade dos seus 
proprietários para as emprestar». Ora, eu não sei se é suposto alegrarmo-nos com isto e considerar o recurso à vaquinha um exemplo de extraordinária transparência e voluntarismo, mas se eu não acredito em almoços grátis, muito menos acredito em gasóleo grátis. Mesmo que o combustível do avião que levou António Costa à Madeira no início do mês também tivesse sido pago por amigos, isso preocupa-me mais do que me descansa—porque é o género de favorzinhos que invariavelmente se cobram depois de chegar ao poder."

É a história das artes malabares de que eu falava. Pelo visto, Costa é grande especialista na matéria—Rendeiro para a arte de governar Lisboa, e agora militantes anónimos para a arte de governar o País; qualquer delas malabar o mais possível. Ah ganda Costa!
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