Na crónica de hoje, no DN, Anselmo Borges, depois de uma
citação de Marco Politi, escreve assim:
[...] A citação é
tirada do livro Francesco tra i Lupi (Francisco entre os Lobos), que também dá título a esta crónica, do
vaticanista famoso Marco Politi. A finalidade da obra é, de modo fino,
denunciar a oposição silenciosa a Francisco por parte de vários grupos
ultraconservadores, na Cúria e fora dela. "Os lobos espreitam a revolução
pacífica de Francisco", usando a sua personalidade latino-americana para
desprestigiá-lo. "Fala como um pároco de aldeia", diz um cardeal.
Muitos não digeriram que se não tenha transferido para o palácio papal. São
muitas as oposições, concretamente em sítios ultratradicionalistas da net,
acusando-o de "demagogia, populismo, pauperismo, levar a uma
"protestantização" da Igreja, diminuir o primado papal"[...].
E mais adiante:
[...] Criticam-no
por dar entrevistas a jornais, por criticar tanto os padres, por tanta
insistência na misericórdia, atenuando o rigor doutrinal, por infringir o
protocolo. "Há muita resistência passiva, inércia. Não se faz nada.
Esperam". Afinal, "os Papas
passam, a Cúria permanece". [...]
Não tenho lido muito—tão capaz de pôr o dedo na ferida—como a
prosa de Marco Politi citada. Tiro-lhe o
chapéu. O que Francisco faz neste momento no Vaticano já devia ter sido feito
há séculos, para tranquilidade dos fieis menos esclarecidos e desinfestação de "beatas"
e "beatos" e dos que estão preocupados com o "rigor doutrinal", a "infracção
do protocolo" e a "insistência na misericórdia".
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