sábado, 19 de julho de 2014

O DISCURSO QUE NÃO FOI LIDO

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Na passagem do 45º aniversário da primeira ida do homem à Lua, que ocorreu este mês e em que são recordados Armstrong e Edwin, é interessante saber que o Presidente Nixon tinha preparado um discurso à Nação para o caso dos dois astronautas não conseguirem regressar. O texto foi escrito pelo colaborador da Casa Branca Bill Safire, felizmente não saiu do bolso de Nixon, e dizia o seguinte:

O destino quis que os homens que foram à Lua para a explorar em paz repousem na Lua para sempre em paz.
Os bravos Neil Armstrong  e Edwin Aldrin sabem que não há esperança de os salvar. Mas também sabem que o seu sacrifício é esperança para a humanidade.  
Os dois deram a vida  pelo mais nobre objectivo do homem: a procura da verdade e do conhecimento.
Serão lembrados pela família e amigos; serão lembrados pela Nação; serão lembrados pelos povos do mundo; e serão lembrados pela mãe Terra que corajosamente enviou dois dos seus filhos ao desconhecido.
Com esta exploração, fizeram os povos do mundo sentirem-se um só; com o seu sacrifício, fortaleceram a fraternidade universal.
Nos tempos antigos, os homens olhavam as estrelas e viam nas constelações os seus heróis. Hoje fazemos o mesmo, mas os nossos heróis são homens corajosos de carne e osso.
Outros seguirão o mesmo caminho e, seguramente, acharão o caminho do regresso. A investigação não vai parar. Mas estes dois homens foram os primeiros e ficarão para sempre nos nossos corações.
Todo o homem que olhe para a Lua no futuro saberá que existe ali um canto que é para sempre reino do homem.

O último parágrafo é inspirado numa passagem do poema "The Soldier", de Rupert Brooke, sobre a I Guerra: "there's some corner of a foreign field / That is for ever England."
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