quarta-feira, 10 de junho de 2015

A MINHA PÁTRIA É O PLANETA TERRA

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Hoje é Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Dia de manifestações patrióticas, discursos inflamados, desfiles marciais, concertos de bandas militares. A Pátria foi o nosso berço e devemos-lhe amor, diz-se. A pergunta é: Na segunda década do Século XXI, justifica-se a cultura dos mesmos sentimentos patrióticos de há séculos atrás?
Feita uma pesquisa rápida na Net, encontrei um texto em que o autor, de seu nome Jared Boyles, estudante no Manhattan College, reza mais ou menos assim:

O nacionalismo é um ideal  divisionista semelhante à religião. Todas as ciências que estudam a interacção humana conhecem o que se chama viés grupal, fenómeno que embora possa prevenir conflitos numa comunidade, prejudica a benéfica discussão de ideias—dele resulta a polaridade grupal, com normas, tradições e hierarquias aceites pelos  membros desses grupos como lei.
O nacionalismo pode ainda ser perigoso ao alterar o destino da nação através de propaganda, censura e violência. O amor à pátria consegue distorcer sentimentos e raciocínio de forma não necessariamente benéfica para nós, nossas famílias e a sociedade. O patriotismo Inicia guerras e anula os visionários. É bom ter ideais mas adoptar os ideais da nossa nação e fazer deles verdades sagradas pode ser mortal.
Respeita a tua nação e a sua história, comemora o seu património cultural, mas não te apaixones por ela.

Para ser franco, acho que concordo com quase tudo que Boyles diz. O mundo é hoje tão pequeno que o patriotismo começa a configurar um fenómeno de clubismo. Os nossos problemas são os mesmos problemas do filipino, do chinês e do esquimó. Somos um bando de 7 mil milhões de almas a lutar por melhores condições de sobrevivência—mais nada. Fazemo-lo em escalas variadas, é verdade, mas a diferença é só quantitativa. Bem no fundo, só queremos ser felizes. Todos. Embora cada um tenha o seu modus faciendi.
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