sexta-feira, 12 de junho de 2015

VER AS ESTRELAS

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Há um número impensável de galáxias no universo e, embora não falte espaço, têm tendência para se juntarem—talvez para não se sentirem muito sós! A Via Láctea, por exemplo, é parte de um conjunto de mais de 50 galáxias chamado Grupo Local. Grupos como este formam grupos ainda maiores chamados clusters que, por sua vez, podem constituir super-clusters mamutes. Uma coisa de partir a "corneta" a um incauto. Há menos de um século, pensava-se que o universo se esgotava na Via Láctea!
A esfera do espaço que rodeia a nossa galáxia chama-se Volume Local, região com 35 milhões de anos/luz de diâmetro e lar de várias centenas de galáxias conhecidas. Uma delas vê-se na imagem em cima, a PGC 18431 (não confundir com a PGC 18432!), e foi o Telescópio Hubble que lhe tirou o retrato, retrato quase tão bonito como os que faço aí pela cidade a algumas sereias.
Pois o Hubble está empenhado—entre milhares de outras coisas—em determinar a distância de galáxias como esta até ao Estabelecimento Prisional de Évora, para poder ter um mapa em três dimensões do Volume Local. Tal e qual!
Por acaso, ou talvez não, a galáxia  em baixo, de sua graça NGC 6503, vive isolada na periferia de um estranho e enorme espaço vazio chamado Vazio Local com 150 milhões de anos/luz de diâmetro, que—como o nome indica—parece o Alentejo. O astrónomo Stephen James O’Meara, no livro "Hidden Treasures", chama-lhe "Galáxia Perdida no Espaço". Comporta-se como uma ursa (não confundir com as constelações homónimas!), mas é muito fotogénica!
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