sexta-feira, 12 de junho de 2015

LOGOUT

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Grosso modo, dependência é a necessidade compulsiva de determinado comportamento para conseguir um estado psicológico alegadamente confortável. Suspeito que a definição está tosca, mas serve. Quando se fala de dependência, em regra, pensa-se em compostos com efeito psicotrópico, como o álcool, a cocaína, a morfina, rebabá—é a dependência química. Mas há outras formas, nomeadamente a dependência comportamental, como o jogo, a onicofagia, a tricotilomania, o vandalismo e por aí fora. E ainda coisas "mestiças" como o fumar, por exemplo. E a Internet? Há Internet-dependentes?
É um facto que muitas pessoas, mesmo sem motivo profissional, passam horas a navegar na Internet e privá-las da rede pode constituir um problema.  Mas o que faz um Internet-dependente? Joga na bolsa? Vê vídeos de determinados temas? Faz compras? Se é assim, a dependência é do jogo, da matéria dos vídeos, das compras, como acontece com outros  compradores compulsivos. A Net é um meio, não uma actividade em si própria.
A Net mudou o mundo. Criou recursos impensáveis para gente como eu que, não sendo novo, não cheguei ainda à idade de Matusalém. O homebanking, o cumprimento de obrigações fiscais, a aquisição de música online, os livros electrónicos Kindle e semelhantes, o YouTube, o correio electrónico, a leitura dos media, rebabá, justificam a importância que a Internet tem para o homem novo que somos nós e as horas que passamos com o rabo sentado numa cadeira com almofada anti-escara a surfar no Google Chrome.
Fica o problema do sedentarismo, é verdade. Mas para isso há ginásios onde se mantém o fitness e onde técnicos que precisam de ganhar a vida trabalham afanosamente para nos fortalecer os glúteos, os quadricípetes, os gémeos e os lombares, para não falar dos músculos das cordas vocais que também trabalham bastante nesses centros. Sei do que falo.
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