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Suponha que está, numa noite sem luar e sem nuvens, num
local sem iluminação artificial e pode ver as estrelas no sentido literal e não
como quando ouve um discurso do Nóvoa. Olha para o céu e fica, ou devia ficar,
deslumbrado. Sabe até que distância enxerga a sua vista? Se sabe, dou-lhe os
parabéns porque eu não sabia até há minutos quando li isso num artigo de Larry
Sessions (nome curioso!), professor de Astronomia na Universidade de Denver.
Nas condições referidas, e segure-se bem para não cair da
cadeira, vê até à distância de 30 mil biliões de quilómetros—30.000.000.000.000.000
km! (30 quadriliões, dizem os americanos).
Já o estou a ver com dúvidas e a perguntar como alguém
sabe isso, incluindo o "Senhor Sessões". Mas olhe que não é tão
complicado como parece e vou tentar explicar porquê. Numa noite como a
referida, no hemisfério Norte, quase toda a gente consegue ver a estrela
chamada Deneb, na Constelação do Cisne. E a dita mora precisamente a essa
distância, no nº 33 da Travessa do Fim do Mundo.
já sei o que está a pensar: e como sabem eles a distância
entre a estrela e o Estabelecimento Prisional de Évora? Não é muito complicado,
mas é um bocado indigesto. Resumidamente, direi que medem o ângulo de paralaxe,
que é o ângulo traçado pelas duas linhas que passam pela estrela e pela Terra
quando esta se encontra em posições opostas na sua órbita, com seis meses de
diferença (ver a figura). Depois, para quem sabe um nadinha de Matemática, é canja
calcular a distância até à estrela—é capaz até de vir no mapa do Automóvel
Clube de Portugal. Está a ver como é fácil? É preciso é ter cabeça como o
"Senhor Sessões". Por isso aqui fica a fotografia da cabeça dele.
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