sexta-feira, 2 de setembro de 2011

COMPADRES E PLUTOCRATAS

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Vasco Graça Moura foi deputado pelo PSD e é desde sempre um dos mais convictos defensores do partido, quer em jornais, quer em conferências. Ontem declarou em Évora que o aumento de impostos está a ser mal explicado e a traduzir-se num incomportável sacrifício da classe média, acrescentando que o Governo precisa de explicar melhor as medidas que está a tomar.
No mesmo sentido se pronunciou Marques Mendes, na rádio e na televisão. Aliás, é opinião geral que o comportamento do executivo da coligação está a faltar a todos os compromissos assumidos e a enveredar, exactamente, pelo caminho que criticava aos socialistas.
E não é só no aumento da receita. Diz a imprensa que os cortes na despesa serão de cerca de 2.200 milhões em 2012, sendo que mais de 800 milhões desses cortes irão para a Saúde. Não estou em condições de avaliar correctamente a situação, mas parece excessivo  tal valor. Não se percebe que não haja outras áreas para aplicar tão severo procedimento. O Bastonário da Ordem dos Médicos já se pronunciou sobre a matéria, afirmando que se está a ir longe de mais nos cortes na Saúde e que não podem ser os doentes, nem o Serviço Nacional de Saúde, a pagar a factura da crise.
Os candidatos das últimas eleições legislativas falaram muito em eliminar as gorduras do Estado. Pode haver algum desperdício na Saúde, mas não é claramente a área onde as gorduras abundam. O que parece é haver falta de coragem para atingir os compadrios políticos e, sobretudo, os plutocratas; infelizmente, porque nos tempos mais próximos não haverá outra oportunidade assim.
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