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Os jornais trazem diariamente notícias com importância e outras não tanto assim, dependendo do que se passa. Hoje, a atenção máxima é dada à comemoração do aniversário do ataque às torres de Nova Iorque, o que é mais que justificado. Curiosamente, o que mais me surpreendeu foi uma nota insignificante relativa à auto-estrada Lisboa/Porto, a A1.
Diz o DN que a A1 custou, em 2010, 73 mil euros por dia, o que corresponde ao montante de 27 milhões de euros por ano, incluindo despesas de operação e manutenção. A quem está familiarizado com estas coisas, pode parecer-lhe perfeitamente razoável. Mas quem, como eu, passa ao lado de tais contas, fica com o queixo caído.
Na verdade, vistas as coisas, não é de estranhar que assim seja. A concessionária tem 411 colaboradores, incluindo gestores operacionais, operadores de portagem, mecânicos, escriturários, encarregados de assistência, técnicos administrativos, pessoal da obra civil e técnicos de electrónica. A isto, é preciso juntar o serviço de assistência com 19 viaturas que no ano passado percorreram mais de 3 milhões de quilómetros. Um mundo de que não nos apercebemos quando circulamos na via, aparentemente ali instalada para servir de nossa passadeira, com umas barraquitas de vez em quando onde esportulamos uns euros.
A referência a este facto fez-me pensar na multidão de organizações com que diariamente contactamos, sem pensarmos na estrutura funcional que têm por trás, mais simples ou não, mas todas complicadas. A organização das sociedades, mesmo não muito desenvolvidas como a nossa, é um completo espanto.
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