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Uma investigação da revista “Visão” sobre as fraudes académicas revela que 70% dos alunos praticam plágio na elaboração de trabalhos científicos, e só poucos são apanhados pelos docentes.
Mas o plágio não é exclusivo dos alunos: em Portugal já foram retirados títulos académicos a doutorados por se ter verificado que os trabalhos das teses não eram originais. O mesmo tem acontecido no estrangeiro.
Em primeiro lugar deve dizer-se que o fenómeno não é novo – sempre existiu. Acontece que, com a Internet e a capacidade de acesso a incontável número de artigos científicos, a tentação do plágio é muitas vezes incontrolável. E é incontrolável porque o número de artigos é tão grande que a probabilidade de se ser apanhado é remota. Infelizmente para os plagiadores, o que cria a oportunidade da fraude, ou seja, a tecnologia informática, encontra também meios de a detectar. E, salvo o caso de um qualquer cientista avaliador de um trabalho conhecer suficientemente bem a parte plagiada e a sua origem, só com programas de software muito sofisticados se pode apanhar um desonesto. E tais programas existem.
Mas há mais nesta matéria. Refere também a investigação da revista que existem empresas em condições de efectuar teses de mestrado e doutoramento à medida. Este aspecto é novo para mim, embora já tivesse ouvido falar de trabalhos realizados por familiares.
A ética na Ciência vai-se deteriorando à medida que o acesso a posições de relevo nos quadros das instituições científicas, e a sua manutenção, exigem actividade editorial intensa. É a enorme pressão a que os investigadores estão sujeitos que cria o clima favorável a tais trapalhices que têm caído nos melhores panos de todo o mundo.
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