quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

CIÊNCIA QUASE OCULTA

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Radicais livres é matéria de que já todos terão ouvido falar. São importantes sob muitos aspectos e importantíssimos em Biologia. Há montanhas de literatura sobre eles, mas pode fazer-se um resumo para perceber o papel que têm na saúde ou, melhor dizendo, na doença e no envelhecimento.
Um radical é um átomo, uma molécula, ou um ião que tem um número ímpar de electrões. Todas as estrutura referidas são, em condições normais, constituídas por núcleos, com protões e quase sempre neutrões, em volta dos quais gravitam electrões em órbitas esféricas - não planas como a da Terra em volta do Sol. Os electrões dispõem-se aos pares em cada órbita e, quando assim é, está tudo catita. Se há um electrão não emparelhado, temos um radical livre, estrutura habitualmente muito instável e reactiva, acabando em regra por captar um electrão doutro composto, oxidando-o (oxidação é a perda de electrões) para ficar estável. Há átomos que são radicais, como o de hidrogénio, que só tem um electrão, o cloro, e muitos mais. Essas substâncias, em regra, não ocorrem na natureza na forma atómica, mas em moléculas formadas por dois átomos, resolvendo o problema da imparidade dos electrões.
Em Biologia, a oxidação de compostos orgânicos pode ser prejudicial, afectando o funcionamento de estruturas importantes, como por exemplo o ADN do genoma. Os radicais estão por isso envolvidos em processos como a cancerização e outras doenças v.g. a artrite, a Doença de Alzheimer, a diabetes, e por aí fora.
E quais são os radicais que amolam os seres vivos, homem incluído? Pois são radicais do oxigénio que respiramos, também chamadas formas reactivas de oxigénio porque incluem estruturas que, rigorosamente, não são radicais, como o peróxido de hidrogénio, ou água oxigenada.
São essas formas o anião superóxido (O2-.), molécula de oxigénio que recebeu um electrão e é, por isso, um ião e também um radical (o ponto à direita da fórmula diz que é um radical); o radical hidroxilo (OH.), e o peróxido de hidrogénio (H2O2), que não sendo radical gera o radical hidroxilo. Tais espécies são formadas em vários passos do metabolismo celular, em reacções bioquímicas indispensáveis à vida. Porque são tóxicas, as células têm meios de as neutralizar, por exemplo por enzimas como a superóxido dismutase.
Da maior ou menor eficácia das nossas defesas contra as formas reactivas do oxigénio resulta a maior ou menor probabilidade de adoecer e envelhecer rapidamente. Por isso se aconselha o consumo de anti-oxidantes na alimentação, como o chá verde, o vinho tinto, o cacau, blá, blá, blá.
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