sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

ICE CREAM

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A Estação de Vostok, um dos mais inóspitos lugares da Terra, com temperaturas que chegam aos 80 graus negativos.
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Nos últimos dias, tem-se falado muito nos media do facto dos russos terem conseguido chegar ao lago sub-glacial de Vostok, na Antárctida.  No continente gelado existem mais de 350 lagos sub-glaciais, uns com ligações entre eles, outros isolados, como o Vostok.
A água destes lagos mantém-se no estado líquido por efeito da pressão do gelo suprajacente  e do calor da Terra por baixo. Essa água é renovada, em ciclos muito longos, pelo congelamento e descongelamento da parte superior. No lago Vostok, a reciclagem de toda a água levará cerca de 10.000 a 15.000 anos. Contudo, pensa-se que na maior profundidade, a cerca de 800 metros da superfície, a água pode estar estagnada há milhões de anos. É um local excelente para procurar fósseis de mico-organismos desse tempo, bem conservados pela baixa temperatura.
E qual é o interesse disso? É claro que o interesse é de várias ordens, mas a maior importância decorre do facto dos cientistas pensarem que os lagos sub-glaciares da Antárctida são semelhantes aos que se pensa existirem por baixo da superfície de planetas satélites do Sistema Solar, como o Europa de Júpiter e o Enceladus de Saturno. Ao encontrar vestígios de vida com tal idade, e podendo estudá-los em profundidade com os recursos técnicos e científicos actuais, dá-se provavelmente um grande passo na compreensão do modo como a vida surgiu na Terra, eventualmente noutros planetas, e como terá evoluído. Não é exagero o facto do responsável pela exploração russa ter afirmado que, em matéria científica, obter amostras do lago de Vostok é tão importante como ter ido à Lua.
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