quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

CIÊNCIA QUASE OCULTA

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Se tentamos saltar de modo a sair da Terra e entrar no espaço celeste, não conseguimos porque a força da gravidade é suficientemente forte para nos travar e fazer voltar atrás. Para ir ao espaço precisamos de entrar num foguetão capaz de atingir a velocidade suficiente para escapar à gravidade: é a velocidade de escape.
Na Lua, com muito menor massa que a Terra, a gravidade é 1/6 daquela a que estamos sujeitos no nosso planeta e, consequentemente, a velocidade de escape é muito menor. Imaginemos agora um planeta com tanta massa e gravidade que a velocidade de escape é superior à da luz. Como não se pode atingir velocidade superior à da luz, é impossível sair de tal planeta. Nem mesmo a luz sai. É um buraco negro. O buraco negro é um corpo com força gravitacional tão forte que nem a luz pode escapar e chama-se horizonte de eventos o local em volta do buraco negro a partir do qual a luz não pode escapar à sua atracção. Tudo que passa o horizonte de eventos é engolido pelo buraco negro, luz incluída.
Simplificadamente, o buraco negro forma-se a partir de estrelas “mortas”. A estrelas “vivas” fazem a fusão de pares de átomos do hidrogénio, convertendo-os em hélio e libertando enorme energia. O hélio pode depois originar elementos mais pesados como o ferro e o níquel e por aí vir a dar um buraco negro, com colossal massa e gravidade.
O que observam os astrónomos quando “vêem” um buraco negro? Na realidade, não vêem os buracos negros, mas sim os seus efeitos. O espaço está cheio de “lixo” que não forma astros: são gases e poeira. Quando esse material passa no campo gravitacional do buraco negro, é atraído a grande velocidade, tão grande que ioniza os seus átomos fazendo com que emitam luz - observada da Terra e satélites pelos sábios. Quando o material ionizado ultrapassa horizonte de eventos, a luz não escapa à atracção do buraco negro e os astrónomos deixam de a ver. No fundo, vêem o buraco a alimentar-se do lixo espacial. Como há nuvens interestelares gigantes também atraídas, por vezes encobrem os fenómenos descritos. Por exemplo, na fotografia reproduzida em cima - um buraco negro da galáxia NGC 6251 - tais nuvens ainda deixam ver a luz do material ionizado antes de ser engolido.
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