Li hoje um texto que me deixou esclarecido. Esclarecido porque quem não é economista e tem um mínimo de bom senso fica confuso e perplexo quando lê a conversa dos modernos economistas do mundo ocidental. O texto referido é a transcrição de passagens da entrevista ao Dr. Mahathir, antigo governante da Malásia, feita pela BBC.
O Dr. Mahathir converteu a Malásia, de colónia atrasada, num tigre económico. Aliás, as economias emergentes da Ásia são exemplos do que fala: modelos económicos de estabilidade, política consistente, e crescimento sustentado; enquanto a Europa, a América e o Japão estão atolados em débitos e a crescer pouquíssimo, se é que crescem.
Vejamos em resumo o que disse o Dr. Mahathir.
A Europa perdeu muito dinheiro e, portanto, está pobre em relação ao passado. Na Ásia vivemos dentro das possibilidades. Se somos pobres, vivemos como pobres; e penso que é essa a lição que os europeus têm de aprender. Mas os seus líderes estão numa posição negativista. Recusam admitir que perderam dinheiro e, portanto, estão pobres.
E não se pode resolver o problema imprimindo dinheiro. O dinheiro tem de ter qualquer coisa a suportá-lo: ou uma boa economia, ou ouro. Vocês deviam voltar a fazer negócios reais – produzir bens, prestar serviços, implementar o comércio – e não apenas movimentar números nos bancos, que é o que vocês andam a fazer.
O dinheiro não é um bem. Vende-se café, que pode ser moído e transformado numa chávena de café. Não se pode moer dinheiro e fazer seja o que for com isso. Tem de haver qualquer coisa sólida para comercializar. Então, pode fazer-se legitimamente dinheiro.
Para recuperar o em estar social, a Europa tem de trabalhar muitos anos a produzir bens e serviços para vender ao mundo e competir com os países do Leste. Os trabalhadores europeus são excessivamente pagos e pouco produtivos. A Europa não pode esperar viver com o actual nível de vida sem produzir coisas transaccionáveis. E acrescenta ironicamente: habituámo-nos a ouvir essas recomendações de vocês, lembram-se?
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