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No ano de 1804, quatro fragatas espanholas que viajavam de Montevideu para Cadiz transportando enorme tesouro, foram interceptadas ao Sul do Algarve por quatro fragatas inglesas, no dia 5 de Outubro. O tesouro tinha como destino a França, e potencialmente podia ser usado contra os britânicos.
O comandante inglês, Graham Moore, ordenou aos espanhóis que se rendessem e se entregassem, o que o almirante espanhol recusou. Iniciou-se a Batalha do Cabo de Santa Maria e, em menos de dez minutos, a fragata “Nuestra Señora de Las Mercedes” foi afundada, morrendo perto de 300 dos seus tripulantes, escapando apenas um oficial e 45 marinheiros. Meia hora depois, as fragatas ‘Medea’ e “Clara” renderam-se, pondo-se a “Fama” em fuga. Foi apresada mais tarde pela inglesa “Lively”.
A “Mercedes” levou para o fundo um tesouro avaliado actualmente em 500 milhões de dólares, constituído por 594 mil moedas em ouro e prata e muitos objectos em ouro trabalhado.
Em 2007, a empresa americana Odyssey Marine Exploration encontrou o navio no fundo do mar, cerca de 21 milhas a Sul do Algarve. Recuperou as 17 toneladas do tesouro e embarcou-o num voo fretado para os Estados Unidos, sob protestos do governo espanhol, que o considerava propriedade de Espanha. Os “caçadores de tesouros” argumentavam que eram bens pertencentes aos descendentes dos proprietários de 1804. Dois tribunais americanos, de primeira e segunda instância, deram razão aos espanhóis, por ser um navio de guerra e, consequentemente, a carga ser propriedade do Estado Espanhol. Assim, segundo noticiam os jornais de hoje, o tesouro deverá ser entregue a nuestros hermanos no prazo de dez dias. Não vai ser grande ajuda para diminuir o défice, mas é alguma coisa!
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