domingo, 1 de abril de 2012

O PESO DA LUZ!

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Massa é a quantidade de matéria dum corpo. Tem relação directa com o peso desse corpo, mas não é a mesma coisa. Sabemos desde Newton que dois corpos se atraem um ao outro com uma força que varia na razão directa das massas que têm e inversa do quadrado da distância que os separa. Tal força chama-se gravidade, como é do conhecimento geral, e, na Terra, o peso é a dimensão da força que a gravidade terrestre exerce sobre o que se encontra na sua superfície ou perto dela. Na Lua, o peso é muito menor porque blá, blá, blá. Até aqui está tudo a correr bem. Mas, não sei se já ouviram, andam por aí a falar no peso da luz! Também se fala do peso do silêncio, da consciência, do pecado, do luto e por aí fora, mas são figuras metafóricas, como diria Passos Coelho no seu reconhecido verbo de tribuno imbatível. Há mesmo um livro de poesia de Su Smallen chamado “Weight of Light”, mas continuamos nas figuras metafóricas. Contudo, peso da luz é conversa a sério, de gente tão respeitável como Passos Coelho e Su Smallen. Um físico notável, de sua graça Edwin Slosson, tem um artigo citadíssimo com o título “The Weight of Light”. É verdade!
A luz é uma sucessão de variações cíclicas e perpendiculares entre si dos campos eléctricos e magnéticos que se propagam no espaço à velocidade de 300.000 km por segundo, mais ou menos. Onde está a massa para ter peso? Bom, se massa e energia são a mesma coisa, como dizia Einstein, a luz terá massa e estará, consequentemente, sujeita à gravidade. E a prova disso é que a luz não sai dos corpos celestes chamados buracos negros cuja massa é de tal maneira colossal que atraem a luz e não a deixam sair dos seus campos gravitacionais – por isso se chamam assim.
E, pensando melhor, Einstein dizia que a energia era igual ao produto da massa pelo quadrado da velocidade da luz (E=mxc2); e Planck que a energia era igual ao produto de uma constante (h) pela velocidade da luz, a dividir pelo comprimento de onda desta (E=hc/y). Fazendo as contas, como diria  Guterres, tudo misturado e bem batido, dá que a massa da luz é igual à constante de Planck (h) a dividir pelo produto da velocidade da luz e do seu comprimento de onda (m=h/cy). Prece complicado, mas não é. Luz de 500 nanómetros de comprimento de onda, o que anda perto do verde, pesa 4.417x10 elevado a -36 Kg. O verde pesa mais que o vermelho, ao contrário do que acontece no futebol. E a luz, à medida que se vai afastando da Terra, vai perdendo energia para vencer a gravidade, o que se traduz no aumento do comprimento de onda e diminuição da frequência, isto é, vai-se aproximando do vermelho, o que lhe faz muito bem porque o Benfica é que interessa – é o redshifting, fenómeno que começa a ensombrar a lagartada.
Pronto. Já demonstrei fisicamente que o Benfica até nos fenómenos físicos manda. Era aqui que queria chegar. Foi uma seca, mais fiquei mais aliviado.
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