Salto alto é feminino, é glamour, é erótico, às vezes pornográfico.
Stilleto é tudo isso, o mais possível, mas sempre feminino. Nem sempre foi
assim. As mulheres adoptaram o salto alto para imitar os homens—é verdade! Quem
o diz é Elizabeth Semmelhack, do Bata Shoe Museum, em Toronto.
No Século XVI, a cavalaria persa usava botas com salto
alto porque isso permitia ao soldado apoiar-se nos estribos e disparar em pé. A
prática foi trazida para a Europa e
adoptada em França no Século XVII. Luis XIV—na figura—que só media 1 metro e 63
centímetros, usava-os habitualmente—tal como Sarkosy quatro séculos depois,
pela mesma razão. Tornaram-se comuns nos homens.
Nos anos 30 desse Século, as mulheres entraram numa de se
masculinizar: cortaram o cabelo, usavam chapéu de homem, fumavam cachimbo e...
usavam tacão alto. Na década seguinte, os homens abandonaram os saltos altos
por comodidade. As mulheres aumentaram-nos. Segundo a bióloga e antropóloga
Helen Fischer, da Universidade de Rutgers, os saltos altos dão à mulher posição
de sedução, comum a outros mamíferos, com a coluna arqueada e as nádegas
salientes—está boa esta!
Hoje a mulher sofre, mas seduz e isso é importante—mais
importante que a coluna degenerada, os joanetes, as unhas encravadas. É bonito.
Estamos todos de acordo.
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